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"A Antessala da Esperança - crônicas forenses"

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Atualizado em 14 de janeiro de 2014 16:10




Editora: Editora Saraiva
Autor: Roberto Delmanto
Páginas: 180




A complexidade da alma humana e a luta pela liberdade individual - sob o ponto de vista do autor, advogado criminalista experiente e renomado, são esses os elementos de pano de fundo a funcionarem como denominador comum das diferentes histórias por ele reunidas na obra em comento, ouvidas ou vividas na lida forense. Mas não pense o leitor por essa definição que encontrará um livro sisudo, pesado. Pelo contrário, trata-se de leitura leve, em todos os sentidos: todas as histórias são curtas, fáceis de ler, e muitas delas são hilárias, despertando o riso.

Algumas permanecem nesse escaninho das anedotas, das narrativas despreocupadas, mesmo depois de assentadas na memória. Nessa categoria inserem-se, dentre outras, as situações vividas pelo próprio autor, que admoestado por policiais estrangeiros em razão de infrações de trânsito, ouviu interjeições capazes de mapear sociologicamente tanto o brasileiro médio como a imagem do profissional da advocacia ao redor do mundo... Ou o caso do cliente que tendo confessado o ilícito penal no começo da contratação, terminou convencido de sua inocência à medida que o trabalho da defesa caminhava, "só faltando convencer o juiz"...

Outras tantas, contudo, embora produzam como primeiro efeito o riso, deixam atrás de si certa perplexidade, permitem entrever a delicadeza do labor do bom advogado criminal, profissional de quem é exigido o trânsito nas fronteiras do que a sociedade elegeu como certo. Com essas características, um dos casos emblemáticos é o do coveiro, narrado pelo autor em entrevista à TV Migalhas na noite do lançamento do livro e veiculado no informativo de ontem (
clique aqui). Ou do réu de homicídio que após ser absolvido pelo tribunal do júri por dúvida de autoria, vai até o fórum pedir ao juiz o seu chapéu de volta, encontrado na cena do crime, e cuja negação de propriedade havia sido o cerne da defesa...

Outras ainda, mesmo de início nenhuma graça despertam, pois que não têm como objetivo fazer rir, mas apenas relatar. Ao fazê-lo, contudo, despretensiosamente infundem lições. É o caso da crônica "coincidência", em que um publicitário trata com descaso a filha de um policial que no futuro vem a ser responsável por um inquérito em que se encontra como investigado... e passa a temer pela "memória" do policial...

Enredados nesses tantos novelos, ao final da leitura passamos a torcer para que outros advogados compartilhem suas experiências. "Quem souber, que conte outra."

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Ganhador:

  • Ednilson Carlos da Rosa, de Joinville/SC.

Saraiva SA Livreiros Editores

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