TJ/SP - Audi

26/2/2015
Rafael Galvão

"A placa preta por si só já é algo que me causa revolta, até porque em muitos casos ela vem acompanhada de situações de completo abuso e certeza de impunidade (Migalhas 3.564 - 26/2/15 - "Porshe no RJ, Audi em SP" - clique aqui). Mas macula ainda mais a imagem do Judiciário inserir a placa preta num veículo Audi A5, vez que o público ao ver o carro na rua provavelmente desconhece que tal carro foi cedido pela RF em decorrência de um procedimento legal (mas questionável, como bem explicita a matéria). Se, antes de ler a reportagem, eu visse tal carro na rua, ficaria revoltado em imaginar o Judiciário adquirindo um veículo funcional de tamanho vulto. Mas mesmo após ler a reportagem, a revolta não diminui, seja em razão da ausência de interesse público, seja também por considerar o quanto o Judiciário paulista não deve estar gastando com a manutenção de tal veículo, sim, porque é necessário criar um procedimento provavelmente de custo elevado para mantê-lo, ainda mais considerando que não se trata de uma frota, mas sim de um veículo único, com preço de manutenção obviamente sem os benefícios de quando se tem o volume de uma frota. O mesmo vale, diga-se, para outras situações, como os Land Rover Evoque que estão sendo utilizados pela Polícia Civil do Paraná, carros advindos de bens perdidos de traficantes que foram recentemente apresentados em reportagem na TV. Em São Paulo sabemos bem o que pode acontecer com tais carros, ao considerar nossa frota de Land Rovers. Defender que pereceram em pátios sem a manutenção adequada, e olha que aqui eles compunham uma frota completa, imagine então situações onde trata-se de exemplares avulsos."

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