Falecimento - Arnaldo Malheiros Filho 30/5/2016 Daniella Meggiolaro e Arthur Sodré Prado - escritório Malheiros Filho, Meggiolaro e Prado – Advogados "Mesmo diante de tantas manifestações carinhosas e reverências à vida e à pessoa do Arnaldo Malheiros Filho, resolvemos dividir algo sobre a convivência que tivemos e formular um convite em sua homenagem (Migalhas 3.870 - 25/5/16 - "Morre Arnaldo Malheiros Filho" - clique aqui). O Arnaldo é tão querido e tão respeitado porque, nos mais de 40 anos de profissão, ele sempre escolhia a coisa certa a se fazer. Não a coisa mais fácil, nem a mais agradável e nem a mais lucrativa. Mesmo que alguém pudesse levar a mal. A lhaneza no trato poderia até confundir quem não conhecesse o fervor, a acidez e a elegância de seus discursos frente a uma injustiça. Buscando a absolvição e não o aplauso, ouviu, confortou e defendeu tantas pessoas. Tanta gente chegou ao escritório já julgada, condenada e punida pelos noticiários, que ele recebeu como se fossem irmãos desamparados. Este foi o registro. O convite é para que os colegas sigam dois legados do Arnaldo: um deles é ter em mente que o compromisso, a ética e os interesses do advogado são os dos clientes. Ele andava preocupado com alguns colegas do compliance exercendo o papel de 'tiras' em investigações internas, sem respeitar os direitos das pessoas, entrevistadas em uma posição delicadíssima, sem preparo e sem entender as consequências daquele ato. O segundo, muita gente já ouviu isso dele, é de que o advogado sempre postula todos os direitos do cliente. 'Se você pede e o juiz nega, o filho da puta é o juiz. Se você não pede, o filho da puta é você'. Temos presenciado tantas barbaridades. Chegamos ao ponto de aceitar essas conduções coercitivas; ouvimos as escusas mais bizarras para o uso de provas ilícitas e testemunhamos, diariamente, arbitrariedades cometidas em nome do inatingível fim da impunidade. Não podemos desanimar. Lutemos com coragem, com ética, com respeito e firmeza. Exerçamos a nossa militância lembrando do papel fundamental dos advogados na defesa dos direitos humanos. Nós devemos isso ao Arnaldo. PS: Arnaldo, escrevemos esse textinho porque acreditamos que é a coisa certa a se fazer nessa hora. Quanta falta você nos faz." Envie sua Migalha