Armas e celulares em presídios - Jornalista acusa advogado

26/1/2017
Antonio Ruiz Filho, advogado criminalista

A acusação desferida à advocacia pelo jornalista Augusto Nunes, de que advogados levam armas para dentro dos presídios é equivocada, sem ser inédita ((Migalhas 4.039 - 26/1/17 - "Acusações contra advogados" - clique aqui). Recordo-me de igual ofensa em 2006, em razão dos ataques do PCC que paralisaram a cidade de São Paulo. Àquela altura, divulgou-se, largamente, a ferina acusação contra a advocacia, assim como o faz agora o jornalista. Naquela ocasião, como presidente da AASP - Associação dos Advogados de São Paulo, repeli com veemência a infundada maledicência, e ainda ressaltei a importância de distinguir – dos verdadeiros advogados – quem se sirva dessa condição profissional para praticar crimes, isso mediante a publicação, na Folha de S.Paulo, do artigo "Advogados não são bandidos" (clique aqui). O que cumpre agora enfatizar, ainda uma vez, é que advogados que frequentam presídios para o regular exercício da profissão, como regra, não têm nenhum contato físico com os presos. Por conta disso, a alegada participação de advogados nessa criminosa atuação – que, se ocorrente, seria vigorosamente punida pela OAB – não faz sentido e apenas desloca a atenção dos verdadeiros problemas das prisões brasileiras, que são muitos e graves, como todos estamos assistindo.

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