Salto agulha

24/3/2017
Thiago Santos

"A cultura no nosso país é realmente de preconceitos (Migalhas 4.078 - 24/3/17 - "Pimenta nos olhos dos outros..." - clique aqui). A mulher foi violentada sexualmente pelo rapaz. Sim! Não é porque ela está em cima de um palco e numa casa de shows que ela não tem direito à tutela do próprio corpo. O caso traduz a visão mais mesquinha de nossa sociedade e que se refletiu, infelizmente, no âmbito Judiciário (com todo respeito à convicção do julgador). Ao enfiar o dedo no ânus da dançarina, sem o consentimento dela, o rapaz cometeu o crime de estupro e deve por ele responder e, quiçá, indeniza-la. Não o contrário! O chute é uma reação extremamente normal e esperada de qualquer mulher que esteja sendo violentada como a dançarina o foi. Agiu sim em legítima defesa e é absurdo pensar que, ao se defender de um ato criminoso, mediante um ato lícito, tenha que responder pelos danos causados no rapaz. Parece que até o momento ninguém se preocupou com o estupro que vitimou a dançarina. Essa aparente ou real ausência de amparo estatal é o que ocorre, diariamente, com diversas outras classes que vivem à margem da sociedade, não sendo preciso aqui grande esforço para identifica-las."

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