Reserva nacional na Amazônia

31/8/2017
José Renato Almeida

"E sobre a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca)? Criminosos travestidos de políticos assumiram os três poderes da República fazendo da governança um balcão de negócios, onde tudo o que é feito ou deixado de fazer tem que ter propina. Deputados e senadores negociam com grupos econômicos propina para criar e aprovar leis que os beneficiam, abrir ou não uma CPI, convocar ou não suspeitos e testemunhas. Enfim, chantagear para vender votos e privilégios no varejo e no atacado. O decreto do governo Temer acabando com a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, foi redigido de forma a acabar de vez com qualquer entrave aos grupos mineradores. Foi anunciado em feira internacional de mineração no Canadá, e só depois saiu no Diário Oficial da União (DOU). O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, declarou que não sabia de nada, pois o decreto não passou pelo seu Ministério! E quem foi o responsável pelo decreto, que permite a exploração de minérios nobres em ampla área de preservação e reservas indígenas e seu desmatamento? Certamente, quem emitiu negociou propina a receber aqui e no exterior, durante muitos anos. Ou não? Na CPI dos Correios, Marcos Valério declarou na TV para todo o Brasil: 'O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio'. E mais: 'O ministro José Dirceu estava negociando com os banco, uma mina de nióbio na Amazônia'. O Brasil é o único país do mundo que tem nióbio em abundância. Os EUA, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio do Brasil. O nióbio é minério estratégico utilizado em produtos de alta tecnologia. Entretanto, é 'vendido' com preços baixíssimos, sendo que a maior parte é contrabandeado. Comparando com outro minério estratégico - o petróleo - é como se a OPEP vendesse o barril por só 1 dólar! O mesmo é feito com o ouro. Há um silêncio de cúmplices por parte dos governos desde o fim do Regime Militar e falta de interesse por parte dos militares, que chegam a configurar crime de lesa-pátria! E o crime começa pelo nome da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), onde é dada ênfase ao minério de cobre, enquanto nióbio, ouro, manganês, etc. ficam camuflados em Associados. Técnicos do meio ambiente informam que em medições recentes os níveis de mercúrio nos rios que cortam aquela área estão 10 vezes maior que o tolerável! E os peixes da área estão contaminados. O mercúrio é utilizado nos garimpos de extração do ouro. Quando governos e partidos políticos são chamados de organizações criminosas, não há qualquer exagero nisso. Não há outro modo de chamar os canalhas que, há décadas, assaltam os recurso da Nação, mantendo a população sofrendo em um subdesenvolvimento criminoso. Colo a seguir dois parágrafos do site Ferramula3. Um dele foi ressaltado pelo próprio site. As maiores jazidas mundiais de nióbio estão em Roraima e Amazonas (São Gabriel da Cachoeira e Raposa - Serra do Sol), sendo esse o real motivo da demarcação contínua da reserva, sem a presença do povo brasileiro não-índio para a total liberdade das ONGs internacionais e mineradoras estrangeiras. Ninguém teve coragem de investigar. Ou estarão todos ganhando com isso? Soma-se a esse fato o que foi publicado na Folha de S. Paulo em 2002: 'Lula ficou hospedado na casa do dono da CMN (produtora de nióbio) em Araxá/MG, cuja ONG financiou o programa Fome Zero'."

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