Honorários

4/9/2017
Carlos Alberto Campanati

"Depois de advogar 35 anos, vejo com muita melancolia tamanha insensibilidade de um magistrado que olvida, por completo, que os advogados não têm salários e sobrevivem exclusivamente de honorários e destes ainda tem de tirar as despesas do seu escritório (Migalhas 4.189 - 4/9/17 - "E os honorários ó..." - clique aqui). Que não têm 13º, nem férias remunerada. Aviltante uma verba honorária de R$ 7,00 que não dá para a condução do dia de trabalho. Por outro lado, muito desarrazoado atribuir ao consumidor o aumento de ações desse tipo. No dia em que o MM. juiz tiver de conversar com o computador, de uma operadora de telefonia ou de outras concessionárias de serviço público, de um banco ou de uma grande empresa tipo Sky, por exemplo, por certo verá quem é o culpado pelo volume dessas causas. Poderá ser ainda que terá de contratar um advogado para alterar a decisão tomada por uma dessas empresas por ser praticamente impossível uma solução razoável, e isto depois de ficar não raramente horas e horas apertando botões. E, desabafo por desabafo, a advocacia anda tão frágil parecendo até uma classe em extinção, com uma enorme massa de sobreviventes agonizando economicamente. Óbvio que não estou me referindo aos grandes vultos da advocacia, muito menos às grandes empresas de advocacia, nem aos  líderes de grandes bandeiras erguidas em defesa da classe, pois parece que atualmente estão muito ocupados em defender os interesses dos prejudicados pela 'Lava a Jato'. Refiro-me aos advogados que compõem a grande massa da advocacia e que parecem estar à deriva, sem norte, sem rumo, esquecida pelas lideranças e dirigentes da classe - talvez a razão principal da advocacia estar tão desprestigiada hodiernamente."

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