Abandono afetivo

29/10/2017
Roosevelt Abbad

"Este artigo baseia-se em décadas de pesquisa e prática clínica para delinear diretrizes para a tomada de decisão fundamentada por evidências científicas, que orientam pais, profissionais do Direito e terapeutas infantis (Migalhas quentes - 20/2/17 - clique aqui). Poucos psicólogos e advogados recebem treinamento adequado para trabalhar com as dinâmicas intensas e muitas vezes complexas criadas pelas consequências de uma decisão de convivência desequilibrada entre pais e filhos pós-separação e história registrada em processos, muitas vezes montada para conseguir o poder através do favorecimento ou preconceito, tem consequências imprevisíveis na vida das crianças. As vezes trágicas. Isto é, focados na justificativa de 'ausência do consenso' ou na 'dificuldade e diálogo' entre o ex-casal – que é outro universo – advogados e psicólogas assumem com essas premissas a construção de uma realidade nociva para as crianças ao decidir pela guarda unilateral e visitas limitadas e insuficientes. Como resultado, fazem surgir um ambiente inadvertidamente destrutivo para as chantagens emocionais, financeiras, alienação parental e abandono afetivo. O artigo integra um grande número de pesquisas cada vez mais sofisticadas sobre os benefícios da coabitação em convivência equilibrada com base em décadas de pesquisa e prática metodológica do com relação à saúde emocional das crianças, filhas de pais separados, em comparação com as crianças que vivem em famílias nucleares. Ele descreve as maneiras pelas quais as crianças em guarda unilateral são diferentes, para pior, que as crianças em guarda compartilhada em todas as medidas. Delineia a dinâmica de grandes desafios que a estrutura de guarda unilateral e visitas insuficientes cria: (1) As posições de lealdade ao genitor guardião são intensas e dificilmente corrigidas. (2) Crianças lutam com as perdas e mudança da convivência com o genitor exilado com grande dificuldade. (3) Surgem transtornos psicossociais na saúde emocional das crianças em uma lista de transtornos, tendo como causa, o vazio emocional. (4) Pais e filhos sofrem para se manter os vínculos em uma rotina previamente estabelecida com escasso tempo de duração. (5): A tirania do guardião faz surgir a alienação parental e o abandono afetivo é estimulado, como última saída para o genitor exilado. O artigo descreve algumas 'jogadas erradas facilmente evitáveis' para advogados e terapeutas bem-intencionados e lista algumas diretrizes gerais para solucionar o problema causado pelo sistema arcaico, caduco e ultrapassado, que luta contra a guarda compartilhada nos dias atuais, por puro preconceito sem base científica e que acaba favorecendo um quadro desesperador para pais e filhos. Por exemplo: As crianças na convivência equilibrada e compartilhada mostraram menos problemas psicológicos do que aqueles que viviam principalmente ou apenas com um dos pais. Nos relatórios de professores pré-escolares, as crianças colocadas em convivência equilibrada são melhores ajustadas e apresentam melhores resultados comparadas com as crianças colocadas em guarda simples. Nos relatórios parentais, crianças em convivência equilibrada e aquelas em famílias intactas tiveram resultados semelhantes, enquanto os professores e pediatras relataram menores índices de sintomas não ajustados para crianças em famílias intactas e em convivência equilibrada, comparadas com crianças vivendo com apenas um genitor."

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