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Quebras de sigilo

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Atualizado às 09:23

Há alguns dias Migalhas vem insistindo que estamos acompanhando diariamente, a conta-gotas, a quebra de sigilo dos clientes do HSBC na Suíça. Assiste-se a isso impassivelmente, como se fosse um BBB financeiro. Aliás, deve ter aqueles que até torcem (votariam, se possível fosse) para ver fulano e sicrano no paredão. Mas, a nosso ver, isso é bisbilhotice pura, para não falar em crime de quebra de sigilo. Dizer que se está divulgando isso por interesse público, é balela. Se houvesse, assim, nobres desideratos, os "donos" da informação teriam entregue os dados à Receita Federal do Brasil e teriam cobrado que ela confrontasse com as declarações, punindo os sonegadores e, sendo o caso, pedisse para que a PF investigasse a origem do dinheiro não declarado. Não faz isso porque o sentimento não é de altruísmo. Quer-se é audiência pessoal. Enfim, repetimos isso agora porque O Globo e a UOL mencionam hoje que "26 profissionais renomados do mundo do Direito estão na lista do HSBC". Há também dezenas de advogados mencionados. O que isso prova ? Absolutamente nada. Lançar os nomes no jornal só serve para misturar alhos com bugalhos. Veja-se o exemplo de um respeitado advogado paulistano, amigo desta redação, que teria enviado a'O Globo (mesmo sabendo que jornalista não é fiscal da Receita) a comprovação de que tudo o quanto foi "achado" ele teria legalmente declarado. Mesmo assim, mesmo tendo machadado a suspeita, foi citado na reportagem. Há, é verdade, a menção de que ele teria comprovado, mas mesmo assim fizeram questão de citá-lo. Afora isso, há vários valores de outros tantos advogados que estão muito aquém de seus patrimônios de modo que, ao colocá-los no rol, o que se faz é misturá-los com quem, de fato, deve explicações. Por tudo isso, querendo fazer bem ao país, repetimos que os "donos" da informação deveriam é entregar os dados à Receita e cobrar dela que faça seu serviço.