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Maioridade

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Atualizado às 09:24

CCJ da Câmara aprova maioridade penal aos 16 anos. Oh !, exclama o leitor incauto. Os jornais estampam a notícia em letras garrafais, com ares de suma importância. Mal percebem que caem no jogo de alguns políticos. Vamos aos fatos. Essa ideia (da maioridade) não é nova, e não há fato novo (um crime clamoroso) que a tenha feito andar. Por que, então, desengavetou-se a proposta (cuja constitucionalidade é duvidosa) ? Porque, migalheiro, os caciques do Congresso sabem que o povo agora grita com baterias voltadas para o Executivo, mas o Legislativo, provavelmente, será a próxima vítima da ira popular. Para tentar passar, senão incólume, pelo menos um pouco ao largo da onda, os políticos resolvem pôr em pauta coisas que chamem a atenção. E, a julgar pela leitura dos jornais de hoje, a iniciativa foi bem sucedida. De modo que, acredite migalheiro, tudo não passa de jogo de cena para a mídia e, consequentemente, o leitor ver.

Menoridade

Se não ficou claro na nota anterior, repetimos : os políticos manobram a mídia com facilidade. Isso se dá nos dias de hoje, em grande parte, porque os matutinos foram, nos últimos tempos, trocando seus setoristas que cobrem o Congresso, colocando ali gente mais ágil, mais adaptada às novas mídias, mas que por outro lado não tem muita experiência e, sobretudo, malícia. Os jornais ficaram, assim, enxergando por olhos míopes. Veja-se, como exemplo, a especulação em torno dos nomes para o Supremo. Os que assinaram as matérias sobre o tema eram, quase todos, repórteres responsáveis pela cobertura do Congresso. Escreveram, então, o que lhes era dito por políticos. Ou seja, foram usados para queimar "candidatos" que não eram do interesse da politicalha. Como prova do afirmado, basta lançar os olhos nos jornais de hoje. De fato, como o caso da maioridade lhes ocupou o dia, não se lobriga uma vírgula sobre a vaga do Supremo.