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Homenagem

OAB/SP - Sala de Direitos Humanos recebe o nome de Pedro Yamaguchi

Cerimônia será hoje, na sede da Ordem, e homenageia advogado morto em 2010 aos 27 anos.

Da Redação

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Atualizado às 12:19

A OAB/SP realiza hoje cerimônia de nominação da sala da Comissão de Direitos Humanos em homenagem a Pedro Yamaguchi Ferreira, advogado morto em 2010, aos 27 anos, no Rio Negro/AM, quando trabalhava para a Pastoral Indigenista. O evento será às 19h, no Salão Nobre da Ordem (Praça da Sé, 385, 1º andar).

"Prestamos essa homenagem ao jovem advogado morto em circunstâncias trágicas e que havia feito uma escolha muito diferente de grande parte dos jovens advogados que saem das universidades brasileiras. Enquanto a maioria procura um grande centro, uma capital para exercer sua função, Pedro fez o caminho inverso e foi atuar em uma cidade onde seu trabalho e conhecimento eram extremamente necessários", explicou o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Martim de Almeida Sampaio, Pedro é um exemplo para todos os advogados. "Precisamos ressaltar o interesse dele por uma vida dedicada aos valores humanos, nos quais Pedro acreditava. Ele não teve dúvidas em deixar a família, os amigos e a cidade onde nasceu para ir atrás de um sonho, de um ideal, de servir aqueles que mais necessitam", afirmou Sampaio.

Ferreira era filho do deputado Federal Paulo Teixeira. Formou-se em Direito na PUC/SP, em 2008. Em fevereiro de 2010 mudou-se para a cidade de São Gabriel da Cachoeira/AM, para advogar para a Pastoral Indigenista na diocese da cidade. Em 1º/6/10, o advogado saiu para nadar no Rio Negro e desapareceu. Seu corpo foi achado no dia 3, a cerca de 40 km da cidade onde morava.

Em sua despedida antes de ir para o AM, durante uma missa, Pedro justificou sua decisão dizendo: "as leis, a Constituição Federal infelizmente não são as mesmas para todos. A justiça é justa para poucos. Os direitos de alguns são mais importantes do que os de outros. Lutar pela terra é crime. Mas não é crime a situação daquela pessoa que vive em condições sub-humanas nas favelas, sem dignidade nenhuma, sem comida. Furtar é crime. Mas não é crime quando o Estado amontoa milhares de presos e presas numa lata, os tortura impunemente e viola todos seus direitos previstos nas leis. Temos dois países: o país dos privilegiados, dos que têm acesso à riqueza, à cultura, ao lazer, aos bens materiais, às melhores oportunidades e o País dos esquecidos, que não têm direitos, não têm oportunidades, e ainda são criminalizados".

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