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Mendes x Lula

Estadão diz que estamos à beira de uma crise institucional, Planalto rebate

Desentendimentos entre Gilmar Mendes e Lula teria "potencial de estrago".

Da Redação

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Atualizado às 08:50

Na última terça-feira, o presidente da Corte Suprema Carlos Ayres Britto encontrou com a presidente Dilma. O Estadão afirmou, em matéria intitulada "Para Dilma, há risco de crise institucional", que a presidente teria dito ao ministro que "a situação é perigosa, tem potencial de estrago que beira a crise institucional nas relações entre Executivo e Judiciário".

Segundo as notas oficiais, o tema da conversa foi a participação do Judiciário na Rio + 20. O Planalto disse ainda que o matutino violou as práticas do bom jornalismo ao não procurar a Secretaria de Imprensa da Presidência para confirmar as informações.

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Para Dilma, há risco de crise institucional

Presidente ordenou silêncio aos auxiliares do governo e deu ao PT a tarefa de dar respostas

30 de maio de 2012 | 3h 05

Preocupada com o acirramento dos ânimos às vésperas do julgamento do mensalão, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo não entrará na briga entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Dilma avalia que a situação é perigosa, tem potencial de estrago que beira a crise institucional nas relações entre Executivo e Judiciário, e transmitiu esse recado na conversa mantida ontem com o presidente do STF, Ayres Britto. O encontro durou uma hora e dez minutos, no Planalto.

Embora petistas estejam fazendo desagravos públicos a Lula, a presidente ordenou silêncio aos auxiliares após falar com ele por telefone. A ordem é blindar o Planalto dos torpedos vindos da CPI do Cachoeira e dos ataques de Mendes.

Lula chegou ontem à noite em Brasília, onde fará hoje uma palestra no 5.º Fórum Ministerial de Desenvolvimento, e vai se encontrar com Dilma. Pela estratégia definida até agora, o governo fará de tudo para se desviar da polêmica e repassará a tarefa das respostas políticas ao PT. O ministro do STF jogou ontem mais combustível na crise, ao responsabilizar Lula por uma "central de divulgação" de intrigas contra ele.

Embora dirigentes do PT saiam em defesa de Lula, a cúpula do partido avalia que é preciso calibrar o contra-ataque, porque qualquer reação intempestiva contra o Judiciário prejudicaria os réus do mensalão.

Fora do foco. "Não acreditamos que Mendes nem nenhum integrante do Supremo esteja ligado ao crime organizado de Carlinhos Cachoeira", disse o deputado Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara. "A CPI não foi instalada para apurar possíveis desvios de conduta de ministros do Supremo, mas, sim, para desbaratar o crime organizado de Cachoeira. Quem alimenta esse tipo de polêmica quer desviar o foco da CPI e vamos dar um basta nisso."

Mesmo ressalvando que não baterá boca com Mendes, o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT, achou "estranha" a versão do magistrado sobre o encontro. "Por que Lula iria falar com um ministro que foi indicado pelo PSDB e não com os oito que ele indicou?", questionou. "E por que Mendes só divulgou essa conversa um mês depois, às vésperas do depoimento de Demóstenes Torres no Conselho de Ética?"

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Nota à Imprensa

30/05/2012 às 10h35

A Presidência da República informa que são no todo falsas as informações contidas na reportagem que, em uma de suas edições, apareceu com o título "Para Dilma, há risco de crise institucional", publicada hoje no diário O Estado de S. Paulo. Em especial, a audiência de ontem da presidenta Dilma Rousseff com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, tratou do convite ao presidente do STF para participar da Rio+20 e de assuntos administrativos dos dois poderes. Reiteramos que o conjunto da matéria e, em especial, os comentários atribuídos à presidenta da República citados na reportagem são inteiramente falsos.

Contrariando a prática do bom jornalismo, o Estadão não procurou a Secretaria de Imprensa da Presidência para confirmar as informações inverídicas publicadas na edição de hoje. Procurada a respeito da audiência, a Secretaria de Imprensa da Presidência informou ao jornal Estado de S. Paulo e à toda a imprensa que, no encontro, foram tratados temas administrativos e o convite à Rio+20.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Nota à Imprensa

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, informa que, em audiência nesta terça-feira (29) com a presidenta da República, Dilma Rousseff, conversou apenas sobre a participação do Judiciário na Conferência Rio +20 e sobre assuntos administrativos dos Poderes Executivo e Judiciário.

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