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A criação única do Gesto Gráfico

O trabalho do perito consiste em analisar a grafia com veemência e exatidão.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Atualizado às 08:28

Todas as pessoas possuem uma identidade gráfica, a qual reflete através do tempo, com seus recursos particulares de escrita e seu gesto gráfico, sua identidade formal. Porém, esta não vem adquirida com o indivíduo, mas o mesmo vai, desde sua tenra idade e em sua primeira etapa de vida, aprendendo a escrever através de sinais, figuras de forma similar, tentando imitar a caligrafia dos textos e de seus professores, e desta forma se alcança o que chamamos de sua própria "imagem condutora formal". Posteriormente, o estudante imprime sua marca pessoal à imagem condutora pessoal, a qual pode ir sofrendo variações por diversas situações intrínsecas e extrínsecas, ao longo do tempo.

Segundo Lamartine Bizarro Mendes, em seu livro Documentoscopia, que define a Escrita como um gesto gráfico psicossomático, que contém um número mínimo de elementos que possibilitam sua individualização.

Ainda, considerando o que se define como uma das leis da Grafoscopia segundo o Perito Francês Solange Pellat, "O gesto gráfico está sob a influência imediata do cérebro. Sua forma não é modificada pelo órgão escritor se este funciona normalmente e se encontra suficientemente adaptado à sua função", ou seja, todos os lançamentos gráficos do indivíduo adulto são oriundos de seu cérebro e executados por ele de forma inconsciente, restando aos membros apenas interpretar as ordens cerebrais, e por esta Lei, mesmo que o escritor perca um de seus membros conseguirá, após algum treino realizar o mesmo gesto gráfico que executava com o seu membro principal. O maior exemplo deste fato é o de pintores que após sofrerem algum acidente e ficarem com suas mãos paralisadas passam a pintar com os pés ou até mesmo com a boca.

O Gesto Gráfico, portanto, torna-se assim uma criação única impossível de ser falsificado!
No caso de serem observadas marcas e evidências da tentativa de fraude em suas falsificações, ou mesmo a inclusão de características próprias do falsificador, não evidencia os traços do titular do gesto gráfico.

O trabalho do perito, portanto, consiste em analisar a grafia com veemência e exatidão, respeitando sempre determinados critérios como a adequabilidade, a contemporaneidade, a quantidade e a autenticidade, a fim de que a análise possa fluir de forma clara e transparente levando a um resultado conclusivo objetivo, e assim, auxiliar o Juiz na elucidação correta do caso.

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*Luciana Camperlingo é perita grafotécnica da Conserto Consultoria.

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