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Caso Richarlyson - TJ/SP vai investigar juiz

Da Redação

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Atualizado às 08:58


Caso Richarlyson

TJ/SP vai investigar o juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho

O órgão especial do TJ/SP vai investigar o juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho. O magistrado arquivou a queixa-crime apresentada pelos advogados do volante Richarlyson, do São Paulo, contra o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Júnior.

Segundo informações da assessoria de imprensa do TJ/SP, a avaliação da conduta do juiz será preliminar e Junqueira Filho terá prazo de 15 dias para apresentar defesa prévia.

Depois de receber a defesa do juiz, os desembragadores se reunirão para decidir se será instaurado um processo administrativo com fins de investigação. As penas possíveis para o juiz podem ser de disponibilidade, advertência, censura, remoção compulsória ou aposentadoria compulsória.

Polêmica

No dia 26 de junho, o cartolado Palmeiras deu a entender, em um programa de TV, que Richarlyson era homossexual. Três dias depois, os advogados do jogador entraram com queixa-crime contra o cartola pela declaração.

Junqueira Filho arquivou a queixa-crime e usou argumentos considerados homofóbicos na sentença. O fato provocou críticas e o magistrado anulou a própria sentença na sexta-feira, 10/8. Ainda de acordo com a assessoria do tribunal, Junqueira Filho está de licença desde segunda-feira, 13/8.

Dano moral

Os advogados do volante são-paulino Richarlyson anunciaram ontem que vão protocolar, hoje, um processo por danos morais contra José Cyrillo Júnior.

Segundo o advogado do jogador, Paulo Cezar Ferreira, a ação foi motivada depois de Richarlyson ter de mudar de endereço por causa da polêmica. O volante mora, atualmente, no Centro de Treinamento do São Paulo. "O assédio da imprensa ficou muito grande. O caso tomou uma proporção nacional e internacional e ele não conseguia mais se sentir seguro em seu apartamento, que fica na Aclimação, na Zona Sul de São Paulo."

O advogado disse que Richarlyson foi obrigado a mudar a rotina pessoal. "Ninguém gosta de morar no trabalho. Por conta dessa polêmica, ele teve custos extras, foi privado de sua liberdade e teve de se adaptar a uma nova vida."

O processo contra José Cyrillo Júnior será protocolado, segundo Ferreira, no Fórum João Mendes. "O valor da indenização que será pedida não deve passar de R$ 500 mil. Na verdade, quem irá definir o valor será o juiz. Vai depender de como o magistrado irá analisar o caso", disse o advogado de Richarlyson.

Entrevista

O jogador concedeu entrevista ao "Fantástico", exibida no último domingo e falou sobre homossexualidade e preconceito. Ao repórter Valmir Salaro, da TV Globo, Richarlyson afirmou que sofreu preconceito duas vezes na vida. A primeira, por ser negro, quando ainda era criança. A segunda, já adulto e como jogador de futebol, quando foi chamado de homossexual.

Na entrevista, ele disse que ficou chateado com a declaração do dirigente palmeirense e, principalmente, pela decisão do juiz Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. O juiz negou o prosseguimento da queixa-crime movida pelos advogados do jogador contra José Cyrillo Júnior. No texto da decisão, o magistrado fez considerações homofóbicas.

Fonte: G1

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