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Renan Calheiros divulga nota rebatendo acusações de João Lyra

O senador Renan Calheiros - PMDB/AL, presidente do Senado, divulgou ontem uma nota à imprensa rebatendo as acusações que o usineiro João Lyra, seu adversário político no estado, fez em carta aberta publicada na imprensa. João Lyra, em sua carta, afirma ser vítima de procedimento calunioso desde que se afastou politicamente de Renan Calheiros.

Da Redação

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Atualizado às 09:03


Caso Renan

Senador divulga nota rebatendo acusações de João Lyra

O senador Renan Calheiros - PMDB/AL, presidente do Senado, divulgou ontem uma nota à imprensa rebatendo as acusações que o usineiro João Lyra, seu adversário político no estado, fez em carta aberta publicada na imprensa.

"A carta aberta do ex-deputado federal João Lyra é um triste retrato da mentira e da hipocrisia. É, também, a mais expressiva demonstração do ressentimento de quem me atribui responsabilidade pela acachapante derrota nas eleições para o governo de Alagoas, caracterizando, de uma vez por todas, a existência de uma questão política local levada para o lado pessoal", diz a nota.

João Lyra, em sua carta, afirma ser vítima de procedimento calunioso desde que se afastou politicamente de Renan Calheiros. Questiona se o peemedebista é a "reserva moral que alega ser" porque aceitava vantagens de "um criminoso" - afirmação feita por Calheiros em declarações anteriores - e questiona por que, nestas condições, foi recebido pelo senador quando assumiu a Presidência da República interinamente e na Presidência do Senado.

Já o senador explicou que, à frente da Presidência da República, em substituição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice, José Alencar, recebeu toda a bancada alagoana, sem exceções, e atendeu aos "insistentes apelos" do usineiro para ser fotografado ao lado dele. Renan diz que, à época, João Lyra "implorava" pelo seu apoio para sua candidatura a governador.

Em outro trecho, Lyra nega ser acusado de "crimes de mando e sonegação fiscal" e assegura ter sido sócio do senador em empresas de comunicação, como foi denunciado em reportagem da revista Veja há algumas semanas. "Alagoas inteira é testemunha desta história", declara o usineiro na carta.

O comparecimento para depor ao Conselho de Ética e a abertura dos sigilos fiscal e bancário, foi a sugestão dada por Renan Calheiros ao usineiro, ouvido nesta quinta-feira, em Alagoas, pelo Corregedor do Senado, senador Romeu Tuma - DEM/SP.

"João Lyra dirá suas mentiras requentadas em depoimento que prestará, de forma unilateral e protegido por um séquito de bajuladores, caracterizando a questão local que quer transportar para o plano nacional. Se ele apresentasse o texto integral do documento que entregou à revista Veja e abrisse os seus sigilos bancários e fiscais, como eu fiz espontaneamente, e comparecesse ao Conselho de Ética para ser inquirido como os demais, estaria desvendada trama que armou", diz Renan.

  • Veja abaixo a íntegra da nota de Renan.

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"NOTA À IMPRENSA

A carta aberta do ex-deputado federal João Lyra é um triste retrato da mentira e da hipocrisia. É, também, a mais expressiva demonstração do ressentimento de quem me atribui responsabilidade pela acachapante derrota nas eleições para o governo de Alagoas, caracterizando, de uma vez por todas, a existência de uma questão política local levada para o lado pessoal.

Recebi João Lyra, deputado federal, em meus gabinetes, assim como recebi toda a bancada de Alagoas, sem exceção. Na interinidade da Presidência da República, atendi a seus insistentes apelos para tirar uma fotografia comigo, quando implorava pelo meu apoio para sua candidatura a governador.

Só estivemos juntos em palanque nas eleições de 1986, há, portanto, 21 anos, quando ainda não havia indícios, senão certeza, de que João Lyra era de fato um fora da lei. Para o governo de Alagoas apoiei o meu honrado e fraterno amigo, o então senador Teotonio Vilela. Derrotado repetidamente nas eleições majoritárias que disputou, João Lyra passou a me atacar diariamente. Basta ver as 60 últimas edições do jornal de sua propriedade, agora nas mãos de um laranja.

O povo de Alagoas rejeitou o nome de João Lyra para governar o Estado. Quem o acusou de crimes não fui eu e sim a Justiça Pública. Escapou, até agora, pelo artifício da prescrição. E ameaçou o juiz Marcelo Tadeu de morte. O pedido de proteção desse correto magistrado alagoano aos órgãos competentes fala por si só. O procurador-geral da República mandou apurar esses fatos.

Há 80 dias venho sofrendo uma devassa em minha vida. Meus sigilos fiscais e bancários estão abertos desde maio, por minha iniciativa. Pedi ao Ministério Público, foi iniciativa minha, para me investigar, a fim de que pudesse me defender das maledicências perante o Supremo Tribunal Federal. Nada devo. Nada temo. Não respondo por crime algum.

Mas João Lyra dirá suas mentiras requentadas em depoimento que prestará, de forma unilateral e protegido por um séquito de bajuladores, caracterizando a questão local que quer transportar para o plano nacional. Se ele apresentasse o texto integral do documento que entregou à revista Veja e abrisse os seus sigilos bancários e fiscais, como eu fiz espontaneamente, e comparecesse ao Conselho de Ética para ser inquirido como os demais, estaria desvendada trama que armou contra mim.

Senador Renan Calheiros"

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