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Arruaça em Joinville

Os protagonistas são estudante de Direito da PUC/RJ

Da Redação

quinta-feira, 24 de junho de 2004

Atualizado às 07:21

 

Arruaça em Joinville

 

Confira abaixo matérias publicadas no jornal ANotícia de Joinville/SC, que mostram arruaça provocada por estudantes de Direito da PUC/RJ durante os Jogos Jurídicos na cidade, no final de semana de 12/6.

 

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Fogo destrói andar de hotel em Joinville

 

Os 185 hóspedes do prédio foram evacuados e não houve feridos

 

Diogo Vargas

 

 

Joinville - Fogo, correria e pânico amedrontaram o centro de Joinville, ontem de manhã, no incêndio que atingiu a cobertura do Alven Palace Hotel. O novo andar do estabelecimento, onde funcionava o salão de reuniões e convenções, foi totalmente destruído. O prédio era ocupado por 185 hóspedes e precisou ser evacuado. A maioria das pessoas foi acordada por gritos e bombeiros arrombando portas para salvá-las. O combate rápido evitou que as chamas chegassem a outros andares. Há suspeita que o incêndio tenha sido originado por vandalismo. Apesar da dimensão dos estragos, considerados de grandes proporções, ninguém ficou ferido.

 

O hotel Alven fica no coração de Joinville, próximo ao Shopping Müeller e a menos de 200 metros do Corpo de Bombeiros Voluntários. Dali, às 7h36, bombeiros viram a fumaça no topo do edifício, composto por 88 apartamentos, e acionaram o alarme de incêndio do quartel. Devido ao horário, os bombeiros enfrentaram dificuldades para retirar os hóspedes. A gritaria logo tomou conta. Muitos ouviram, mas não acreditaram que era um incêndio. Os bombeiros levaram as mangueiras até o alto. O combate foi feito de dentro e fora do prédio, com a ajuda da escada magirus. Parte da estrutura era de madeira, o que alastrou as chamas. A Polícia Militar interditou a rua Jacob Richlin e as outras próximas (Pedro Lobo e Felipe Schmidt). Fios de alta tensão foram cortados pela Celesc para os caminhões terem acesso.

 

A ação mobilizou dez viaturas e 34 bombeiros da unidade central e sub-quartéis. O fogo foi controlado após o uso de 92 mil litros de água. As paredes de concreto da cobertura ameaçaram desabar durante toda a manhã. Ao meio-dia, foram puxadas com cordas. "Toda a extensão da cobertura foi tomada, mas conseguimos isolar o fogo dos outros andares. Vi pânico das pessoas e uma situação difícil", disse Heitor Ribeiro Filho, subcomandante do Corpo de Bombeiros. Por segurança, a área central permaneceu interditada pela Defesa Civil durante todo o dia. A entrada ao Alven foi limitada a funcionários. O prédio ficou sem energia elétrica. Segundo André Schmalz, presidente da Defesa Civil, o hotel terá de contratar um engenheiro para avaliar a estrutura.

 

Dos 185 hóspedes, 155 eram estudantes do curso de Direito da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro. Eles estavam no Alven Palace Hotel desde a noite de quinta-feira em quatro grupos. Vieram a Joinville participar dos Jogos Jurídicos Rio-Sul, evento que envolveu 12 universidades, 19 modalidades e cerca de dois mil atletas no município catarinense.

 

Alguns jovens dormiam e outros estavam tomando café da manhã, pois tinham acabado de chegar de festas. Bruno Amorim, 21 anos, foi o último a sair retirado pelos bombeiros. "Não entendia nada o que estava acontecendo", comentou.

 

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Fim de semana de arruaças em vários pontos da cidade

 

Joinville - Uma "arruaça" foi o que protagonizou parte dos estudantes universitários do Rio de Janeiro durante os dias em que ficaram hospedados em Joinville. A gerente do Alven Palace Hotel, Estela Venturi, declarou, no final da manhã, que um grupo fizera um vandalismo total no estabelecimento, sujando paredes, descarregando extintores, quebrando objetos e urinando fora dos banheiros. Ao ser indagada sobre a causa do incêndio, não quis acusá-los. Estela desconfia de ato criminoso, mas não descarta que tenha ocorrido defeito na parte elétrica. Segundo ela, a cobertura atingida pelo fogo não é separada e os hóspedes tinham acesso ao local. O grupo de universitários admitiu alguns incidentes, porém, negou suposta responsabilidade sobre o fato mais grave. Um coordenador protestou contra funcionários e falou que uma estudante foi agredida.

 

Antes e depois do ocorrido no Alven, a Polícia Militar registrou problemas envolvendo grupos de estudantes do Rio de Janeiro. Na Boate Bierô, casa noturna de alto nível, por volta das 6h30 da manhã de ontem, teriam incitado uma briga generalizada, seguida de quebra-quebra. Os PMs tiveram de efetuar disparos para controlar a situação. Três foram detidos e uma mulher ficou ferida. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher.

 

À tarde, os hotéis Holz e do Bosque, na rua 15 de Novembro, que também hospedaram alunos do Rio, registraram casos de vandalismo. Num deles, foram queimados um edredon e uma planta. Às 15 horas, outro grupo fez desordem no Restaurante Cerro Azul, na BR-101, saída de Joinville. A PM também precisou intervir. O comportamento deles lembra os pitboys, jovens de classe média daquele Estado conhecidos pela violência em boates e eventos da capital fluminense.

 

O Alven Palace Hotel tem 15 anos de existência. Um dos proprietários, Odacir Venturi, informou que passou por reformas há dois meses. O prédio novo do hotel, nos fundos, está em construção e não foi atingido pelo incêndio. A Polícia Civil fez o levantamento da área. Quem passou pela região ficou apreensivo com os pedaços de madeira e telhas que caíam do alto. O hotel tem seguro contra incêndio. Alguns hóspedes reclamaram não ter escutado o som do alarme. Funcionários ficaram assustados. Eles teriam tentado um primeiro combate com extintores próprios, mas sem sucesso. (DV)

 

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