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Afinidade

Já foi dito: os afins se atraem. Afinidade é, em última análise, relação de semelhança. Ou seja, para o bem ou para o mal, os semelhantes se aproximam - é lei da Vida.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Atualizado em 13 de março de 2008 09:49


Afinidade

Edison Vicentini Barroso*

Já foi dito: os afins se atraem. Afinidade é, em última análise, relação de semelhança. Ou seja, para o bem ou para o mal, os semelhantes se aproximam - é lei da Vida.

Seria desejável, sempre, a boa afinidade - para o bem. Contudo, sobretudo na América do Sul, na quadra atual, o que se tem visto é exatamente o contrário. Restaura-se o tempo dos caudilhos, a se servirem da fraqueza popular para a concretização de perigosos desvios de conduta, como se os respectivos países lhes servissem de pasto a intenções inconfessáveis.

Jugulados por gritante ignorância, os povos - que lhes sofrem a deletéria ação - se submetem, na inconsciência própria da falta de esclarecimento e autodeterminação. E o tempo urge, pois que múltiplos riscos daí decorrem. Para referidos manda-chuvas, fatores da desarmonia, o quintal de sua casa parece ser o próprio país - instrumento e meio à realização de atos de inequívoca irresponsabilidade, a se refletirem na história, presente e futura.

Supõem-se eles, sem exceção, donos da Nação, que se lhes curva a cerviz - à míngua de preparo e determinação. Deturpam-se princípios ético-morais, subvertem-se valores há muito consagrados, enquanto o país vai sendo empurrado com a barriga (ressalvo expressão popular).

A um só tempo, a escola Castrista (de Fidel Castro) arregimentou prosélitos, reunidos sob bandeira de unificação ínsita ao só entendimento desses "senhores de nações", que, qual alcatéia em noite escura, se têm esmerado em ações de aprovação (senão, ao menos, de não reprovação) a grupos sabidamente à margem da legalidade. E o discurso populista, quão sedutor, os vai blindando perante a população, de forma a tornar politicamente difíceis providências que lhes possam tolher ações prejudiciais à Pátria - já de joelhos.

Os companheiros, fiéis em seu ideário, se reúnem, associam e levam consigo - de roldão - o destino de milhões de pessoas, como se fora gado de corte rumo ao matadouro. E o pior disso tudo, na já mencionada inconsciência - fruto de despreparo sistemático -, lhos seguem sorrindo e cantando, sem se darem conta do desvario que lhes impulsiona o passo.

No compasso desse desatino, a esperança se esvai, o mau passo se trai; mas, praticamente, ninguém faz nada. A criatura "sagrada", consagrada pela gritante ignorância popular, com a qual conta e da qual se nutre, qual meteoro destruidor, desastradamente, continua sua sanha - que assanha a cobiça, a desestruturar vidas e corações.

Que o digam os Fidéis de nova espécie, os Chaves, os Evos e os demais "companheiros", num frenesi aparentemente sem fim. E nós, pobres mortais, jungidos ao carro descontrolado do destino que se nos está sendo traçado, a tudo observamos, absortos e aparvalhados, sem poder de reação.

Preciso se faz, pois, renasçam as boas afinidades, capazes de combater a trama desse destino antevisto e entrevisto em horizonte próximo, sob pena de as próximas gerações, com razão, nos acusarem de omissão no cumprimento do dever cívico de tentar despertar a consciência do povo, de si mesmo tão sofrido.

Que vingue o bom senso, na convergência de boas índoles afins, para que, no curso do tempo, mais adiante, nossos filhos e netos possam dizer: eles não desistiram de mim!

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*Juiz de Direito em São Paulo






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