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Entre a Civilização e a Barbárie

Quando os irmãos Lumière, aperfeiçoando o antigo teatrinho de sombras, chegaram, em 1895, à invenção do cinematógrafo, estavam realizando uma revolução igual ou superior à que adviera da invenção de Gutenberg, mais de quatro séculos antes.

sexta-feira, 13 de agosto de 2004

Atualizado em 11 de agosto de 2004 13:51

 

Entre a Civilização e a Barbárie

 

Adauto Suannes*

 

Quando os irmãos Lumière, aperfeiçoando o antigo teatrinho de sombras, chegaram, em 1895, à invenção do cinematógrafo, estavam realizando uma revolução igual ou superior à que adviera da invenção de Gutenberg, mais de quatro séculos antes. De fato, enquanto o livro exige que o leitor conheça as convenções que regem o significado dos signos impressos, no cinema basta ao espectador abrir os olhos e ver. Ali estará a ilusão que os fotogramas, jogados na tela à razão de 24 deles por segundo, proporcionarão: o movimento. E, com ele, ali estará também a oportunidade de transmitir, tal como na escrita, algo mais do que uma história explícita: a mensagem subliminar, tão sutil, até sob a forma de merchandising, que os espectadores menos atentos assimilam sem o perceber.

 

Recordo, a propósito, que há muitos anos foi por aqui exibido o filme "O Destino do Poseidon" (The Poseidon Adventure). O filme é considerado pelos críticos apenas como o primeiro filme do gênero disaster movie, que teve no Titanic, com todos os efeitos especiais cabíveis, o seu auge. Eu, de mim, como sempre buscava nos filmes algo mais do que a primeira impressão ou o mero divertimento, via nele uma narrativa bíblica, menos pelo fato de o nome do navio corresponder ao nome grego do deus do mar. Revendo-o hoje, penso que não estava errado em minha leitura de entrelinhas: logo no início do filme, dois padres discutem até onde a vontade humana deve submeter-se cegamente à vontade de Deus. O mais velho é do tipo "orar e confiar", ao passo que o mais novo se classificaria de ativista, aquele que vai à rua fazer a história. Ao longo do filme isso me pareceu bastante claro e o final, com um discurso semelhante ao clássico "Pai, por que me abandonaste?", me tiraria qualquer dúvida, se eu as tivesse.

 

Para ler a íntegra do artigo, clique aqui.

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* Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, membro fundador do Instituto Brasileiro de Direito Criminal, da Associação Juízes para a Democracia e do Instituto Interdisciplinar de Direito de Família)

 

 

 

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