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"Crônicas da Guerra" - Editora Saint Paul

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Atualizado em 20 de agosto de 2007 09:42

 

  • Crônicas da Guerra

    Editora: Saint Paul
    Autor: J. M. Pinheiro Neto
    Págs: 144



A Segunda Guerra Mundial é, sem dúvida, tema que desperta grande interesse no leitor. Ainda que os motivos imediatos da declaração de guerra tenham sido políticos e econômicos, é à figura do combate à banalidade do mal do regime de Hitler que o imaginário é remetido à sua lembrança. De fato, à consciência universal repugna a gratuidade da perseguição, prisão e morte de milhões de pessoas pela simples razão de professarem uma fé religiosa ou apresentarem determinada origem.

É grande o número de obras que se debruçam a retratar a Grande Guerra. Trazem, em sua maioria, a marca do sofrimento, sejam elas contadas por sobreviventes, como o grande escritor Primo Levi, ou mesmo por vítimas do grande massacre. Nessa última categoria insere-se o famoso Diário de Anne Frank, fenômeno editorial traduzido para mais de 80 idiomas, que está comemorando os 60 anos de sua primeira edição.

Também sob a forma de diário, chega ao mercado Crônicas da guerra, conjunto de breves relatos feitos no período compreendido entre janeiro de 1940 e setembro de 1941 pelo grande advogado paulista Pinheiro Neto, falecido há dois anos. O conflito é abordado pelo causídico de um ângulo não usual, sem espaço para as grandes batalhas emocionais que comumente envolvem o tema. São registros do cotidiano, anotações feitas sem maiores aspirações que não fosse passar o tempo e sentir-se menos sozinho, feitas por um jovem de 23 anos de idade que deixa a segurança do escritório do pai e da casa da família por um emprego temporário na BBC - a lendária emissora de rádio de Londres - em plena guerra. Por vontade própria, atendendo a uma "necessidade súbita de maior liberdade, de sede de aventuras, de curiosidade invencível", cruza o Atlântico sob os riscos de um ataque alemão, levando apenas uma "máquina de escrever por companheira". Guerras particulares que trava o indivíduo em formação.

O texto é ligeiro, coloquial. Não há considerações sobre origens, causas ou conseqüências da guerra. Não era esse, obviamente, o objetivo. Ainda assim, em que pese toda a simplicidade da narrativa, as notas tomadas por Pinheiro Neto à época acabam por funcionar como interessante fonte histórica. Diante dos olhos do jovem radialista desenrolam-se os ataques aéreos alemães em céus britânicos, e a argúcia de sua pena consegue traçar a lenta mudança que a guerra, não sem encontrar resistência, acaba por proporcionar nos arraigados hábitos cotidianos ingleses.


Sobre o autor :

Ao fundar a primeira sociedade de advogados do Brasil, José Martins Pinheiro Neto (21/8/1917 - 21/9/2005)revolucionou o perfil dessa profissão no país. De corresponde da BBC em Londres, durante a Segunda Guerra Mundial, a mentor da maior firma de advocacia da América Latina, Pinheiro Neto traçou um longo percurso. Com coragem e determinação, promoveu o respeito à ética e instituiu a lealdade como ferramenta indispensável nas relações entre pessoas e grupos empresariais.

Antecipando-se à globalização, exerceu um papel fundamental na atração de investimento estrangeiro. Muito antes da propagação dos conceitos de marketing, exigiu de seus colegas a valorização do cliente e o cuidado com a qualidade dos serviços prestados. Polêmico, amado e criticado, fez de seu escritório, Pinheiro Neto Advogados, um navio-escola de onde saíram diversos profissionais que hoje lideram os maiores escritórios de advocacia empresarial no Brasil. Seu trabalho e o escritório são um capítulo fundamental na história da advocacia no Brasil.

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Sorteio de obra



Migalhas tem a honra de anunciar o sorteio da obra "Crônicas da Guerra" (144 p.), escrita por J. M. Pinheiro Neto e gentilmente oferecida pelo Instituto Cultural José Martins Pinheiro Neto.

 


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Resultado :

Jane Castanha, advogada de Umuarama/PR

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