Telemedicina

21/2/2019
Vitor Augusto Osório Corrêa

"Creio que a telemedicina vem com um discurso bonito mas que na prática não passa de uma tentativa de mercantilizar a profissão, já que com a resolução, o Conselho de Medicina abre condição para que os gestores dispensem médicos presenciais, além de possibilitar a quebra do sigilo médico paciente (Migalhas 4.547 – 21/2/19 – Telemedicina). Entre alguns aspectos negativos, além da mercantilização do serviço de saúde, há de se destacar a piora na qualidade do atendimento não presencial, o exercício da medicina deve zelar pela qualidade e excelência e, pra isso, deve ter contato presencial e sempre humanizado. Quando se pensa na maior eficácia de um diagnóstico, impossível crer que este será dado sem que o paciente seja consultado de forma a não dar brecha a um sintoma ou outro fato que seria perceptível apenas num contato direto. Ver, tocar e ouvir relatos do paciente durante a anamnese são etapas imprescindíveis para se chegar a um diagnóstico preciso, e ainda assim, muitas vezes é necessário solicitar exames complementares. Existem outras formas de se atrair profissionais para locais distantes, o concurso público, por exemplo, constitui atrativo para uma carreira nesses locais. Creio que essa prática visa favorecer apenas as empresas que operam nesse sistema. Os profissionais tendem a perder e a população idem. Imagino ser um tanto imaginável que nesse tipo de procedimento há maior possibilidade de erro médico, portanto, vislumbro, s.m.j., maior judicialização da saúde, ao contrário do exposto. Claro que a tecnologia é importante, em outros atos, como conferencias, troca de ideias, discussões de caso, entre outros. Mas nunca para traçar diagnóstico ou tratar doentes, muito menos para cirurgias. Isso é uma forma de banalizar a medicina e os pacientes. Enfim, a vida."

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