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Novo episódio de racismo na cidade de Campinas

Da Redação

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Atualizado às 09:01


Novo episódio de racismo na cidade de Campinas


O presidente da Comissão do Negro e de Assuntos Anti-discriminatórios (Conad) da OAB/SP, Marco Antonio Zito Alvarenga, vê com preocupação um novo episódio de racismo na cidade de Campinas. Nos últimos dias, foi registrada a distribuição de panfletos apócrifos contendo conotação racista a judeus em casas dos bairros Jardim Paraíso e Jardim São Fernando, próximo do Estádio Brinco de Ouro, do Guarani Futebol Clube. A Policia Civil de Campinas começou a investigar a origem e os autores dos panfletos. Zito Alvarenga participou de uma reunião com o delegado Marcel Trevisan, titular do 10º Distrito Policial da cidade, e o representante da Federação Israelita. A Conad designou o advogado Fábio Feldman, de Americana, para acompanhar as investigações policiais. Para o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, a sociedade tem de estar sempre pronta para lutar contra todo tipo de racismo e intolerância na busca de uma sociedade mais justa.


Conforme Zito Alvarenga, essa atitude racista atinge toda a população brasileira que vem se colocando contra manifestações discriminatórias, seja por raça, origem ou credo. "Esse fato serve para alertar a sociedade para não mais aceitar essa modalidade de preconceito, anônima e covarde. Nada justifica o racismo. O mundo hoje depara-se com o debate sobre democracia racial, visando afastar o conceito de superioridade entre raças, ainda petrificado no seio da sociedade. Essa realidade, infelizmente, é a barreira a ser transposta na construção de uma verdadeira democracia racial", diz Zito Alvarenga.


Os panfletos distribuídos em Campinas trazem textos ofensivos aos judeus e desenho onde homem coloca outro numa lata de lixo, insinuando mau-cheiro com as mãos tapando as narinas. Além disso, trazem o endereço de um site na internet que veicula conteúdo nazista. As mensagens foram deixadas em caixas de correspondência por um grupo de jovens aparentando idade entre 15 e 17anos, assustando os moradores da região. Os investigadores tentam descobrir se o ato partiu de um grupo radicado em na cidade de Campinas. "Estaremos acompanhando o caso de perto, porque as vitimas de crime de racismo ainda têm dificuldade de obter a reparação da injusta agressão a que são vitimas em face do desconhecimento da legislação balizada pelo Artigo 5º da Constituição Federal", diz Zito Alvarenga.


Mais informação na Assessoria de Imprensa da OAB/SP, tel. 3291-8179/8182.

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