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Operação Mãos Limpas

Conselheiro do TCE/AP José Júlio vira réu por 62 crimes de lavagem

A Corte Especial do STJ recebeu nesta quarta-feira, 7, a denúncia do MPF.

Da Redação

quarta-feira, 7 de março de 2018

Atualizado às 15:12

A Corte Especial do STJ, em decisão unânime, recebeu denúncia de lavagem de dinheiro contra o conselheiro do TCE/AP José Júlio de Miranda Coelho.

Ele foi acusado pelo MPF de 62 crimes de lavagem de dinheiro com o intuito de dissimular ou ocultar o desvio de R$ 100 mi do TCE, feito de forma reiterada, por meio de saques de cheques diretamente na conta corrente da Corte. O denunciado teria adquirido uma série de bens, como imóveis em diferentes Estados, automóveis (BMWs e Ferraris), embarcações e aeronave. A denúncia aponta que o esquema durou de 2001 a 2010, até a deflagração da operação Mãos Limpas.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, afirmou no voto que a conduta foi demarcada com todas as suas circunstâncias, apontando o uso de laranjas pelo conselheiro para a aquisição de bens com valores provenientes do crime de peculato praticado contra o TCE.

"A acusação não se baseia em responsabilidade penal de cunho objetivo, já que não é o crime imputado apenas em razão do cargo de conselheiro."

Para a ministra, foi demonstrado o vínculo entre o suposto crime antecedente de peculato e o provável crime de lavagem de dinheiro.

A decisão a favor do recebimento da denúncia foi unânime; o ministro Herman destacou: "A prova é mais do que suficiente para recebimento da denúncia. A prova é oceânica."

A Corte Especial também decidiu afastar o conselheiro do cargo no Tribunal de Contas, acompanhando o voto da relatora, para quem "a gravidade dos fatos imputados ao acusado evidencia a incompatibilidade de sua manutenção no cargo responsável pelo exame da regularidade dos gastos públicos".

O ministro Humberto Martins não participou do julgamento por motivo de suspeição por foro íntimo; ausentes os ministros Noronha e Benedito.

  • Processo: APn 819