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Ministério da Justiça

Sérgio Moro aceita cargo de ministro da Justiça no governo de Bolsonaro

O presidente eleito e o juiz da Lava Jato acertaram os detalhes nesta quinta-feira, 1/11.

Da Redação

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Atualizado às 11:09

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O juiz Federal Sérgio Moro, da 13ª vara de Curitiba/PR, aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça. Em nota oficial, o magistrado afirmou que "a operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais".

Em nota oficial divulgada nesta terça-feira, 30, o juiz afirmou que iria refletir sobre proposta de Bolsonaro para que ele integrasse o STF ou o MJ. Nesta quinta-feira, Moro se encontrou com Bolsonaro e, ao que se anuncia, tudo ficou acertado.

O anúncio contradiz o que Moro sempre afirmou de que não tinha pretensões políticas, como nesta entrevista para o jornal O Estado de S.Paulo, em 6 de novembro de 2016.

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Da Lava Jato para o Ministério da Justiça

O juiz Federal Sérgio Fernando Moro há tempos atuava em processos criminais complexos, envolvendo crimes financeiros, contra a administração pública, de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro. Foi juiz instrutor no STF durante o ano de 2012, trabalhando com a ministra Rosa Weber. Moro cursou o Program of Instruction for Lawyers na Harvard Law School e possui título de mestre e doutor em Direito do Estado pela UFPR. 

Antes da notoriedade advinda com o comando da operação Lava Jato, Moro conduziu o caso Banestado, que resultou na condenação de 97 pessoas responsáveis pelo desvio de R$ 28 bi. Compôs uma lista da Associação dos Juízes Federais do Brasil para ocupar o lugar de Joaquim Barbosa no STF.

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Nota oficial

Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal, na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar, pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão.

Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências.

Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.

Curitiba, 01 de novembro de 2018.

 

Sergio Fernando Moro

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