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Falecimento

Lázaro Brandão, ex-presidente do Bradesco, morre aos 93 anos

Banqueiro dedicou 76 anos ano banco.

Da Redação

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Atualizado em 17 de outubro de 2019 09:13

Lázaro de Mello Brandão, ex-presidente do Bradesco, faleceu nesta quarta-feira, 16, aos 93 anos.

Nascido em Itápolis, no Interior de São Paulo, no dia 15 de junho de 1926, o banqueiro dedicou 76 anos ao banco. Há dois anos, "Seu Brandão", como era conhecido, deixou a presidência do conselho de administração do Bradesco, cargo que ocupou desde fevereiro de 1990.

Lázaro Brandão trilhou a carreira no banco passando por todas as áreas do Bradesco. Em janeiro de 1963 foi eleito diretor e, em setembro de 1977, vice-presidente da instituição. Brandão assumiu a posição de presidente do banco em 1981.

O corpo será velado das 13h30 às 17h, no cemitério e crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra/SP (rua Horto da Paz, 191, bairro Potuverá), onde será cremado.

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*** Morre Lázaro de Mello Brandão ***

O Brasil perde um grande homem. Mais que um banqueiro, Lázaro de Mello Brandão era um brasileiro.

Seu Brandão, como era carinhosamente chamado, era daqueles que olhava os interesses do grande banco com as vistas voltadas para o futuro do país. Ele entendia que não adiantava a instituição ir bem, se a nau pátria não estivesse no rumo certo.

Por isso, não raro, Seu Brandão defendia interesses que aparentemente nada tinham a ver com os do Bradesco.

A par da determinação e obstinação, Seu Brandão era um homem simples, de gestos comedidos, de falar suave e doce.

Muitos informes irão fazer hoje a biografia do grande homem que foi Lázaro de Mello Brandão. Para nós do Migalhas, ficam outras lembranças, lembranças muito pessoais.

Fica a gentileza de alguém que nos recebeu em almoços inesquecíveis na Cidade de Deus. Nestas ocasiões, chamávamos atenção dele para o contrassenso: um homem de bilhões perdendo tempo com migalhas. Seguia-se aí um sorriso largo, daqueles que só os amigos sabem apreciar.

Fica-nos também o afetuoso cumprimento nas visitas que deleitosamente fazíamos em sua mesa de trabalho, ao lado do companheiro de trabalho de tantos anos, Seu Coca.

Ficarão também registrados imorredouramente em nossa memória os encontros fortuitos, em restaurantes e solenidades, onde sua fidalguia era marcante. Aliás, nestes momentos, sempre que percebiam de quem se tratava, os presentes curvavam-se, respeitosos, para reverenciá-lo.

Em todas estas situações, o que nos chamava a atenção era o cuidado que Seu Brandão dava ao interlocutor. Ele não queria falar; queria ouvir.

No assento etéreo onde subiu, Seu Brandão deve estar agora ouvindo.

E bem podemos imaginá-lo num canto, discreto como sempre, a ouvir de novo as histórias curiosas de Saulo Ramos, entremeadas com poéticas intervenções de Paulo Bomfim.

Ah... sempre que parte um migalheiro, vai-se uma migalha de nós mesmos.

Hoje foi-se um bom pedaço.