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Software "caseiro" perde espaço em bancas de direito

A corrida pela informatização do setor jurídico

Da Redação

sexta-feira, 18 de junho de 2004

Atualizado em 17 de junho de 2004 15:55

 

Software "caseiro" perde espaço em bancas de direito

 

A corrida pela informatização do setor alavanca a indústria de sistemas profissionais, que, nos últimos anos, registra crescimento significativo.

 

O setor jurídico vem ampliando seus investimentos em tecnologia para garantir diferencial competitivo no mercado, que registra um movimento significativo em direção à automação dos processos e rotinas dos escritórios. Mais que isso, verifica-se a substituição das soluções caseiras por sistemas profissionais integrados, estáveis, completos e nacionais para otimizar processos, reduzir custos e, principalmente, garantir excelência no atendimento aos clientes. De acordo com Gilda Machado, diretora da BCS Informática, uma das primeiras do mercado a se especializar no segmento, com a profissionalização da gestão dos escritórios exigida pelo acirramento da competitividade dos últimos anos, estes sistemas vêm sendo substituídos por softwares nacionais, que, vem experimentando significativo crescimento, cerca de 50%, anualmente.

 

Para se ter uma idéia, ao longo de 2002, enquanto o mercado de tecnologia não registrou crescimento relevante, a BCS alcançou 40% de incremento da receita, repetindo o feito em 2003. Segundo a diretora, o ganho de escala do software profissional, que vai se tornando mais acessível para os médios escritórios, ocorre em virtude da eclosão de uma corrida tecnológica nos clientes maiores. "Muitos escritórios que desenvolveram suas próprias soluções para resolver problemas do dia-a-dia perceberam que não há como manter altos níveis de qualidade sem tecnologia apropriada", explica.

 

Neste contexto, a BCS vem registrando sucessivos incrementos na demanda por seus produtos. Apenas no último ano, vendeu 600 licenças do sistema jurídico integrado, o SISJURI, 25% a mais que no ano anterior e 1200 do Worksite da Interwoven (antiga iManage), o dobro de 2002. "Muitos clientes que, há algum tempo mostravam interesse pelos produtos da BCS, resolveram concretizar o negócio. Entre eles o Felsberg, Pedretti, Mannrich e Aidar Advogados e Consultores Legais, com a solução de gerenciamento eletrônico de documentos da iManage; o Fadel e Giordano Advogados, com a aquisição da plataforma SISJURI; Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, Villemor Amaral Advogados e Mundie Advogados com a aquisição do Deltaview, da americana Workshare", informa.

 

Para Gilda, houve uma mudança de postura do setor, que foi decisiva. "Há uma preocupação maior com a profissionalização da administração, o que dá à tecnologia o status de acessório indispensável para garantir excelência na prestação dos serviços. "Além disso, os softwares caseiros vão se tornando difíceis de gerenciar e não proporcionam recursos como adaptação rápida às mudanças de conjuntura; capacidade de evoluir, integrar funções de administração de negócios e de processos; altos custos internos de manutenção e falta de estrutura focada em suporte", avalia.

 

Por outro lado, neste segmento, verifica-se um fenômeno inverso ao das tecnologias adotadas para outros fins como o ERP, que, em geral são estrangeiras. Assim, estas, que seriam concorrentes naturais dos softwares nacionais, vêm tentando de todas as formas avançar sua base instalada e não conseguem passar de uma população mínima (no máximo 10 clientes no País) por conta da instabilidade da legislação brasileira - especialmente a fiscal e tributária - associada às especificidades contábeis e administrativas das bancas de direito. "Como são, em geral, projetadas para situações estáveis, as soluções estrangeiras impõem sérias dificuldades de customização, o que as torna pouco adequadas para os escritórios de advocacia brasileiros", afirma.

 

À parte o crescimento acentuado, a conjuntura de reformas vem provocando alguns picos na demanda para o software nacional. Em situações deste tipo, assinala a executiva, as empresas de software estrangeiro dependem de forte apoio das matrizes para operar mudanças no software, o que prejudica a agilidade, além de terem de enfrentar um dado cultural não previsto na arquitetura de seus produtos.

 

Para a diretora da BCS, a flexibilidade do SISJURI está repetindo um fenômeno que ocorreu com o software financeiro nas duas ultimas décadas. Por força da inflação e das constantes rupturas de modelo na economia, nossa indústria de software financeiro se tornou uma das mais ágeis e bem aparelhadas do mundo; e é isto o que começamos a assistir em relação ao software para gestão de escritórios de advocacia. "A plataforma é completa, estável e flexível", finaliza a executiva.

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