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Coragem, bravura e seus demônios

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Atualizado às 07:39

O amigo Renê Moura pergunta:

"Vejo muitos coachings hoje falando sobre coragem, bravura, ter que enfrentar seus demônios e seus medos, mas cada pessoa tem temores diferentes e não é tão simples falar para uma pessoa enfrentar seu demônio sem saber exatamente qual o grau de problema que ela tem, concorda?"

Renê, obrigado pela pergunta. Apesar de não ser exatamente minha área de expertise (não sou coaching e sim consultor em marketing jurídico), vou tentar ajudar da melhor maneira possível, afinal de contas essa coluna existe para ajudar advogados.

Concordo plenamente com seu posicionamento. Apesar de existirem muitos coachings de excelência voltados ao mercado jurídico, ainda existe uma gama de coachings menos experientes que generalizam a atuação e saem com "frases prontas de impacto" que podem até impressionar, mas na prática não ajudam muito as pessoas a evoluir, justamente por não saberem os detalhes específicos da mesma.

Palavras como você cita (coragem, bravura, etc.) constantemente são jogadas ao público como diretrizes reais, como se as palavras, por si só, já dessem o caminho de libertação ao indivíduo. Por exemplo: se você falar para uma pessoa "enfrente seus medos" sem realmente conhecer quais são efetivamente estes medos, poderá colocar esse indivíduo em uma situação onde ele, emocionalmente, psicologicamente e evolutivamente, pode ainda não estar apto a encarar esse cenário, o que vai trazer apenas problemas cumulativos.

Na minha visão então, o bom coaching tem isso em mente e não sai explodindo frases de efeito para impressionar as massas que ainda não entendem bem a função do coaching. Ele tem a responsabilidade de entender os cenários individuais e trabalhar ponderadamente cada um desses caminhos.

Ponto para você então, Renê, pois assino embaixo do que você pontuou no seu e-mail.

E já que falamos de coragem e bravura aqui, vou conceitualizar (alguém já percebeu que eu adoro conceitualizar os assuntos, certo?) para ajudar aqueles que querem se comunicar de uma maneira mais assertiva.

Existe uma diferença entre coragem e bravura, apesar de serem usadas em contextos quase sempre iguais. A diferença pode ser entendida a partir da origem das palavras: a palavra coragem vem do francês courage (de coeur, que quer dizer coração) e a palavra bravura tem origem na palavra espanhola bravado, que quer dizer um único e espontâneo ato de valor. Isso significa então que coragem é uma qualidade que permite ao indivíduo planejar uma ação para enfrentar determinada dificuldade. Por outro lado, bravura não é uma atitude planejada, mas a reação a uma crise. Com coragem planejamos antecipadamente e enfrentamos. Com bravura reagimos imediatamente a algo e enfrentamos.

"A bravura provém do sangue, a coragem provém do pensamento". (Napoleão Bonaparte)

Espero ter ajudado.

Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.

Bom crescimento!