TJ/SP 1/3/2010 Fernando Marconato "Infelizmente sou um desses advogados 'vítima' da arbitrariedade, insensibilidade, falta de bom senso e oportunismo de alguns membros da administração em geral, que entendem que o bem comum e a justiça no Brasil são feitos isoladamente apenas por uma categoria, sejam eles membros magistratura, promotoria, advocacia, executivo e legislativo (Migalhas 2.333 - 25/2/10 - "TJ/SP"). As ações na maioria das vezes são individualizadas e nunca visam preservar o convívio salutar que deve imperar entre as instituições. Todos olham apenas para o seu próprio umbigo, fragilizando cada vez mais as relações. O prédio cuja desapropriação pretende o TJ/SP, é hodiernamente ocupado na sua maioria por advogados, alguns com escritórios profissionais estabelecidos há mais de 30 anos, e que muito se sacrificaram para adquirir o tão sonhado espaço, para alguns, 'espacinho'. Todavia essa situação de fato, certamente pouco deve importar a cúpula do TJ/SP, porquanto o prédio é ocupado por 'simples' advogados, oitocentos mortais que só servem para impedir o 'bom andamento' da justiça. Ou não é assim que pensam? Da mesma forma que ocorre com os membros do TJ/SP, indubitável e natural que uma significativa parcela da advocacia prefira o centro da capital, devido as facilidades nos tramites judiciais e extrajudiciais. Entrementes, como é notório, o centro velho de São Paulo dispõe de pouquíssimos edifícios que possibilitam o exercício digno da advocacia. Assim, ato contrário ao projeto de revitalização do centro velho de São Paulo, por mero oportunismo, pretende o TJ/SP desapropriar um dos poucos prédios que ainda representa o antigo glamour do centro velho de São Paulo. Diante de todo exposto, surgem algumas perguntas: Com o suporte as famílias, por que não se desapropria os cortiços, casebres e pensões invadidas que estão caindo aos pedaços, que se encontram nas proximidades do 'sublime' complexo judiciário que pretende construir o TJ/SP? Por que não se constrói um novo edifício com o fito de revitalizar o centro velho de São Paulo, que certamente custará menos do que a desapropriação, a qual ainda, uma vez efetivada, terá que passar por uma série de adaptações? Por que não fazem uso de outros edifícios ociosos que hoje se encontram no centro de São Paulo? Por derradeiro, por que não se desapropria as casas daqueles que dão essas idéias infames e individualistas? Lamentável a situação ao menos no meu entender..." Envie sua Migalha