Desarmamento 22/6/2005 Eldo Dias de Meira - advogado em Carazinho/RS "Apoiando aos que não acodem ao canto da sereia sobre o desarmamento, ao ler as matérias de Lucia Barbosa França e Adonis Crivelli Neto - Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, Migalhas 1.193, transcrevo do imortal, arquifamoso, clássico da filosofia penal, Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, o seguinte trecho de sua imorredoura obra: "DE ALGUMAS FONTES GERAIS DE ERROS E DE INJUSTIÇAS NA LEGISLAÇÃO:... Não teria certamente idéias justas quem desejasse tirar aos homens o fogo e a água, porque esses dois elementos causam incêndios e inundações, a quem só soubesse impedir o mal pela destruição. Podem considerar-se igualmente como contrárias ao fim de utilidade as leis que proíbem o porte de armas, pois só desarmam o cidadão pacífico, ao passo que deixam o ferro nas mãos do celerado, bastante acostumado a violar as convenções mais sagradas para respeitar as que são apenas arbitrárias. Além disso, essas convenções são pouco importantes; há pouco perigo em infringi-las e, por outro lado, se as leis que desarmam fossem executadas com rigor, destruiriam a liberdade pessoal, tão preciosa ao homem, tão respeitável aos olhos do legislador esclarecido; submeteriam a inocência a todas as investigações, a todos os vexames arbitrários que só devem ser reservados aos criminosos. Tais leis só servem para multiplicar os assassinos, entregam o cidadão sem defesa aos golpes do celerado, que fere com mais audácia um homem desarmado; favorecem o bandido que ataca, em detrimento do homem honesto que é atacado. Essas leis são simplesmente o ruído das impressões tumultuosas que produzem certos fatos particulares; não podem ser o resultado de combinações sábias que pesam numa mesma balança os males e os bens; não é para prevenir os delitos que se fazem tais leis." Beccaria nasceu em Milão no ano 1738, foi educado em Paris pelos jesuítas, morreu em Milão em 1794." Envie sua Migalha