Crime racial

26/3/2014
Elisa de Jesus Pedrosa Aurélio

"Confesso que às vezes fico indignada com Migalhas (Migalhas 3.332 - 21/3/14 - "De juiz a litigante" - clique aqui)! Já cheguei a jurar que no meu querido país jamais havia o tal de preconceito racial, mas somente preconceito social. Aí, Joaquim Barbosa foi nomeado ministro do STF e eu festejei pelos meus princípios e entendimento. Aí, o mesmo Joaquim Barbosa tornou-se presidente do STF, e mais feliz eu fiquei, porque confirmava-se o que eu dizia. Como relator da AP 470 e ao longo do julgamento do mensalão, mais ainda me orgulhei do Brasil. E me orgulhei do ministro por sua coragem e competência, por não haver se rendido a críticas e pressões quaisquer, nem das que lhe impingiram eminentes juristas deste país. Migalhas tem acompanhado e criticado arduamente o ministro Joaquim Barbosa, o que lastimo, tanto quanto admiro esse rotativo. Ontem, pelo YouTube, assisti a entrevista que o ministro concedeu a Roberto d'Ávila, e mais ainda o admirei, inclusive quando e pelo que disse que 'o Brasil é o país do tapinha nas costas'. Penso como ele, e detesto esse feitio pouco sério de, principalmente, nossos políticos, os mais hipócritas. Quanto à veiculação na página do STF de carta do ministro presidente em face de ofensa ao mesmo dirigida por Ricardo Noblat, nada vejo de absurdo, nem de infração ao princípio da impessoalidade. O jornalista ofende o ministro presidente do STF, reação que cabe ao STF, enquanto Instituição que deve ser respeitada, em defesa do seu presidente que, por acaso, possui escura a cor da pele e, não por acaso, possui exponencial valor. Tive oportunidade de ler a fundamentação do julgamento do relator dos embargos infringentes na AP 470, perdoem-me pela limitação de meus conhecimentos, se for esse o julgamento que me fizerem, achei simplório e, realmente, encomendado. Portanto, também por isso, me orgulhei da lisura do ministro Joaquim Barbosa. Ele que detesta 'tapinha nas costas', detesta injustiça, detesta corrupção e não tem medo de infundadas críticas. Eu também!"

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