Barbosa x Pacheco

16/6/2014
Eduardo Monteiro M. César

"Com a vênia da palavra, eu, advogado militante, que já passei por dissabores frente ao Poder Judiciário e outros órgãos, venho humildemente e, admitindo não estar totalmente acertado, discordar da grande maioria (para não dizer todas) as manifestações sobre o episódio até o momento (Migalhas 3.387 - 12/6/14 - "Ação e reação" - clique aqui). E ouso dizer mais, no meu pensar, o desagravo deveria ser em favor do ministro Joaquim Barbosa, por ter sido constrangido e forçado a cassar a palavra de um advogado (!) que não soube se portar e, ainda, passar pelo vexame de requisitar 'seguranças' para acompanhar o referido causídico para fora do plenário. Isso porque, convenhamos, além de contrário ao regimento, não seria de boa educação que advogados adentrassem em salas de audiências pelos país, durante um julgamento, pedindo a ordem da palavra para tratar de outro assunto, caso, demanda e partes que não aquelas do julgamento em curso. E foi exatamente isto que aconteceu! O advogado pede a palavra em plenário, tem seu pleito negado e promove um 'espetáculo', tenta absurdamente impor sua vontade em flagrante desrespeito a todos os demais presentes, inclusive advogados! Não podemos ser corporativistas, temos de assumir quando estamos errados, e neste caso em questão, erradíssimos! A causa defendida é nobre (ter seu recurso julgado), mas os fins intentados para consecução do seu objetivo não justificam os meios. Não é leviano a cultura da população em geral sobre sua visão dos advogados, como pessoas arrogantes, soberbas e sem humildade, pois se nós não fizermos nossa parte, quem o fará por nós? Na minha visão (uma vez mais, admitindo ser convencido estar equivocado), o que ocorreu foi que o advogado não admitiu ouvir um 'não' e promoveu um verdadeiro teatro. E mais, ao invés de ser repreendido pela OAB - representante da classe - foi agraciado pelo corporativismo. Por fim, devo esclarecer que não estou defendendo a postura ou atitude do ministro Joaquim Barbosa, apesar de em parte entender suas razões, mas sim, defendendo a minha classe de advogado, exaltando a humildade, elegância, educação, comedimento e estratégia no trato das questões e pessoas."

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