Reintegração em SP

16/9/2014
Gilda Gronowicz

"No centro de São Paulo, no miolo da grande cidade, entre as avenidas São João e Rio Branco, junto ao Largo do Paissandu, uma ordem judicial com exuberante força policial, a pé, em carros, bombas de gás encontram-se nesta terça-feira, 16/9, quente de inverno para um despejo forçado, dizem que 220 famílias, mais de 800 pessoas, em pleno dia útil, uma situação mesmo repugnante, 'dégoûtante', um caos em todos os arredores, as pessoas se manifestam, os ocupantes resistem, uma força incrível - guerra? - parece ao se ouvir no rádio ou ler nas manchetes, um gosto amargo, uma vergonha! As pessoas devem sim se retirar, a propriedade deve ser respeitada, há leis, há ordens judiciais a cumprir, mas, estas pessoas não estao lá há seis horas ou há seis dias, estão lá há mais de seis meses! A ordem poderia ser imediatamente suspensa pelo Judiciário, a MM juíza prolatora ou o TJ/SP, o que ocorre é no mínimo constrangedor mas, é muito mais, é doloroso para todos! Quem sabe na quinta-feira enviar uma comissão em conjunto com uma instituição civil e quiçá religiosa, o tão louvado público-privado deve caber tambem aqui quando há seres humanos envolvidos, uma nova comissão na sexta-feira, talvez de conciliadores bem remunerados pelo Estado (está bem, uma ironia para este dedicado trabalho voluntário que integro), assim para negociar a desocupação e, se for necessária a força. Que tal em previamente marcado sábado ou domingo para constranger menos, para não causar esta situação? Medidas de bom senso, tantas opções para caminhos mais dignos para todos! Aguardamos, quem sabe ainda acontece!"

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