Lula

30/9/2014
Pedro Luís de Campos Vergueiro

"Desde que saiu de Brasília, uma ideia que atormenta todos os cidadãos brasileiros de bem é a higidez do Luiz Inácio como personagem da política do país. E a forma de saber a quantas andou e anda sua postura, a começar pela financeira, é atender aos apelos dos cidadãos para prestar declarações sobre tudo que aconteceu no país durante os oito anos de seu governo e nos quase quatro de Dilma Rousseff, dos quais participou na surdina às claras. Desde quando se iniciou o processo do mensalão e até o seu final, sempre se desejou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atendesse ao pedido de se manifestar na Polícia Federal. Não há nada de estranho nisso: muitas e muitas pessoas já prestaram depoimento na polícia sem problemas, com ou sem motivação política, embora pudesse parecer mais ter do que não ter essa aparência. O fato é que o desvio de dinheiro existiu; e isso foi e está apurado pelo Supremo Tribunal Federal no exercício de sua atividade investigativa e decisória. Por que então Lula quer ser diferente dos demais cidadãos e não quer ir até a Polícia Federal e prestar os esclarecimentos devidos aos cidadãos brasileiros? Deixar de comparecer é injustificável. E para que esperar o tal de convite? Se alguma coisa paira no ar, o comparecimento espontâneo é um dever cívico e político, decorrente da cidadania. Porém, parece, coisas outras pairam no ar e não é tema eleitoral, é claro. Ademais, se se diz tranquilo com o caso, por que não atender o convite de cuja existência já tem conhecimento? E de fato, por se tratar de uma apuração séria (de outra natureza não é a conduta da Polícia Federal), é indiferente o período em que se encontra a política do país, pois todo e qualquer esclarecimento é bem vindo e independe de data, de limite ou de eleição. Até o Papa Francisco, se vier a ser colocado a par da investigação em curso, iria sugerir que o comparecimento espontâneo é um ato cristão que obriga a prestar os esclarecimentos devidos sobre os fatos e circunstâncias e tudo o mais que lhe for perguntado a bem da elucidação dos fatos. Será, porém, que o Luiz Inácio carece de coragem? A questão está no ar."

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