Exame de Ordem

19/4/2019
Arthur Brito

"Eu sou a favor do exame (Migalhas 4.558 – 12/3/19 – Exame de Ordem)! O exame de Ordem é um filtro necessário que ainda assim deixa alguns incompetentes passarem por ele, imagina se não for necessário fazer a prova. Sou contra os valores cobrados, deveria ser de graça a realização do exame quantas vezes fosse necessária. Pra quem não sabe, a profissão de advogado está cada vez mais combalida e desvalorizada, há exceções, lógico. Porém, no geral, muitos advogados no Brasil afora estão com dificuldades de encontrar espaço para atuação. Sabe por quê? Porque já são muitos e a cada ano temos mais e mais novos advogados. Já ouviram falar da Lei da Oferta e Procura? Bem, quando a oferta é grande o que acontece com os preços? Eles caem, sim! Eles caem, e cada vez mais caem. E se agora todo bacharel puder ser advogado, a desvalorização será gritante. Ato contínuo, faço outra observação. Muitos dos bacharéis que são contra o exame utilizam o termo 'carta de alforria' quando se referem ao decreto presidencial para acabar com exame de Ordem. Usam o nome por analogia, porém, desconhecem a carga semântica do termo aliado a história. Então, deixa eu lembrá-los. A carta de alforria era um documento que garantia a liberdade de um escravo, o escravo desejava a tão sonhada liberdade, só que essa carta era conquistada com muita luta, ou por mérito, ou comprada e etc. A princesa Isabel fora como é atualmente o presidente da República. Ela a salvadora dos escravos. Ele o salvador dos bacharéis. Ela por lei decretou a liberdade de todos os escravos, não se precisando mais conquistar a carta de alforria. Vocês sabem o que aconteceu com os escravos libertos? Arrumaram emprego? Não. Eles ficaram marginalizados, à margem da sociedade. Formaram os guetos, cortiços e etc., e o reflexo desse passado são as favelas atualmente. Essa explicação mostra o futuro dessa gente que luta pelo fim do filtro necessário, pelo menos a maioria gritante. Seja contra, vença na garra e na força de vontade. Não seja medíocre ao ponto de desistir de algo que, na real mesmo, não é difícil, é só estudar de verdade e sem enrolação. Seja contra o valor das inscrições e das anuidades, mas o exame deve continuar existindo."

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