Prisão em 2ª instância

13/11/2019
Claudio B. Marques

"Começo informando que não sou bacharel em Direito, como já o fiz muitas vezes. Tenho um filho que é advogado e me explicou que o STF apenas decidiu conforme a Carta Magna. Aquele negócio que ouvi muitos políticos citar 'que a vontade do povo é soberana' é pura balela pois apenas uma minoria da população (políticos, juízes, alguns poucos advogados, os corruptos e corrompidos) decide o que é melhor para os restantes duzentos e tantos milhões de brasileiros. Os que votaram pela prisão após o trânsito em julgado esqueceram de episódios onde eles mesmos rasgaram a Carta Magna. O mais recente episódio, se não me engano, foi a interpretação do sr. Lewandowski (logo após uma conversa de 'pé de ouvido' com o réu sr. Renan) que o impedimento da presidente sra. Dilma não lhe tirava os direitos políticos nem benefícios da ex-presidência. Obviamente vocês terão 'n' outros exemplos para citar. Por que escrevi espertamente? Porque o sr. Toffoli citou, mais de uma vez, que quem pode corrigir – emendar – a Carta Magna é o Congresso o qual foi eleito pelo povo. Ora, como sabemos que boa parte do Congresso está sendo investigado com chance de ir preso pós o julgamento em segunda instância, será que alguém crê que uma PEC alterando a decisão recém tomada pelo STF será aprovada naquela casa? Será que o povo, que na sua maioria trabalha de sol a sol, é iletrado por obra e graça dos políticos, sabem como votar? Sabemos muito bem que não pois  os candidatos nos são apresentados em embalagens bonitas através de propaganda regiamente paga com nosso dinheiro – antes caixa dois e agora tirado de nós na 'cara dura' do fundo partidário. E ainda vemos a OAB pugnando para manter este status quo. Novamente uma pequena parcela de advogados – regiamente pagos por aqueles que corromperam e pelos corrompidos -  decidindo pela imensa maioria da classe. O povo vai às rua para reclamar, assina listas com reclamações e tudo cai no vazio. Os réus condenados saem da prisão e mentem descaradamente na nossa cara. Os integrantes do STF, uns saem com pérolas do tipo 'a liturgia do cargo não foi respeitada' e outros ofendem companheiros do STF e membros de outras instâncias da Justiça com palavras chulas e ofensas grosseiras; uns mudam de opinião ao sabor das 'amizades', outros criticam os encontros e conversas de juízes com promotores enquanto eles mesmos fazem o mesmo com réus e advogados destes. São todos que se julgam acima da lei, em nada diferente do réu, condenado e solto recentemente, Lula. Já pedi uma vez e volto a pedir: alguém consegue visualizar e propor uma solução para alterar o atual status quo de 13 milhões de desempregados; 25 milhões de desistentes de procurar/encontrar emprego; indústria desestimulada; comércio a mercê de dia disto dia daquilo; não pagamento de dívidas e salários pelos estados e municípios; ameaça de não pagar os aposentados; e por aí vai? Claro que respeitando nosso 'Estado Democrático de Direito'. Sou aposentado pelo INSS, com benefício imensamente menor que os benefícios daquela 'minoria da população' citada acima. Aliás, desde o início de recebimento dos meus benefícios a citada minoria vem aprovando alterações da normas que resultaram em corte de mais de 50% do valor dos benefícios dos aposentados do INSS."

Envie sua Migalha