Coronavírus

30/3/2020
Sérgio Aranha da Silva Filho

"Quo Vadis, Covid, até aonde vais? Se parasse aqui e agora, já teria sido muito. Chegou longe, de surpresa e rapidamente espalhou-se pelo mundo sem respeitar fronteiras. Aliás, o que é que você respeita? Mau e mal que é, apresentou credenciais matando quem o descobriu. Tentaram lhe esconder, dizendo que você não existia, mas nem mais o poderoso e tirano governador, tem poder sobre você, Covid 19. Você vai e faz o que quer. Nunca deixa escapar uma oportunidade por mais instantânea que seja. Sorrateiramente e sem pedir licença, entra e se instala. Pronto, cheguei, e agora? Igualou os humanos. Homens, mulheres, pobres, ricos, poderosos, humildes, cultos, ignorantes, crentes, descrentes, crianças e principalmente idosos, o temem. Quem trabalhava, estudava, brincava, viajava, se sustentava, passeava, velejava, voava, nadava, corria, se exercitava, filmava, cantava, dançava, eteceteretava, agora está trancado dentro de casa, afastando amedrontado a cortina para olhar a rua vazia. Você é invisível a olho nu, mas mesmo assim todos tentem vê-lo em um espirro, uma tosse, uma simples gripe... Só os animais irracionais não o temem, mas, os racionais, sorvendo-os sem higiene e com exagerado apetite para desonesto lucro, lhe introduziram na sociedade, tornando a todos vítimas. Não à toa gula e avareza são pecados capitais. Será que os humanos aprenderam a lição que havia dado sinais que mais ou menos dia nos visitaria? Se nada for mudado, outros Covid's virão, 20, 21, 22... Existirá um mundo pré e pós-Covid 19? Esperamos que sim. No pós-Covid, jamais deixaremos acontecer novamente. Os que têm menos e mais de 19 anos, querem ter a chance de chegar aos 91, ou seja, o Covid-19 ao contrário, um mundo equilibrado com a natureza e solidário, onde ricos dividam com pobres. Irmãos. Os que por força de lei, sobrevivência, ou meritoriamente para cuidar dos outros saem às ruas, mesmo acostumados com o perigo, agora o fazem com mais cuidado e medo. Os que por sorte não foram atingidos e não tem solidariedade, aproveitam a ocasião para não trabalhar e não ajudar. Tiram férias. O bom e o mau mostram suas caras. O primeiro ajuda no combate pensando nos outros, o segundo pensa como se avantajar – até politicamente – diante da situação. Estranho. Até os humanos que se amam ou se atraem, receiam chegar uns perto dos outros. Mesmo os mais fanáticos, que enfrentam Deus e o diabo, lhe temem. Você, de uma só vez, fechou igrejas, templos, centros, sinagogas e mesquitas. Há uma teoria maluca que diz que você é um novo Nero em forma de vírus que como em Roma veio para incendiar o mundo. Então, quo vadis Nerus Virus? Você uniu mas também separou as pessoas. Uns acham que você é uma doença terrível, outros, nem tanto. Até a geometria, parte da matemática, não está mais exata, uns falam em combatê-lo com linhas horizontais, outros com verticais. Culpa do Covid, que mexeu na parte mais sensível do homem, o bolso. Eis a questão, o que mata mais, o Covid ou a economia? Beco com ou sem saída? Covid, você não só se alojou em nossos corpos, instalou-se na economia, na política, enfim, em tudo! Quanto você custa e custará, Covid? Muitos dígitos de calculadora serão necessários para saber. Apesar de não ter um só centavo, só na TV - sem falar nas outras mídias - onde cada segundo custa uma fortuna, você aparece, no mundo inteiro, há meses, 24 horas por dia, só dá Covid 19! Entretanto, uma só vida que você tire, dinheiro nenhum no mundo poderá pagar. Até os cientistas enlouqueceram. Uns saíram desesperadamente na busca de novos medicamentos e vacinas. Outros, na direção contrária e na esperança da cura, recorrem a antigos remédios de picadas de mosquitos. Além de ser uma doença física, sabe-se lá de que intensidade, uma coisa é certa, o Covid criou um mal psíquico. Os que o têm, que não o têm, que terão e que não o terão, já foram mentalmente atingidos. A história, como sempre, dirá quem foi você na linha do tempo. Os otimistas acham que ela nos contará que um dia nos acovardamos diante de um inimigo não tão perigoso. Já os pessimistas acham que não sobrará ninguém para contar a história, meu DEUS! Até os incrédulos, buscam o criador neste momento. Bem, enclausurado fisicamente, vou parando por aqui. Apesar de recente, o Covid me daria material para ficar escrevendo o tempo sobre ele e suas trapaças. Tenho família, serviço e vou ver o que de útil posso fazer para a sociedade. Com muito cuidado, saindo o necessário, usando máscara, álcool gel, mantendo distância, etc. e rezando para que ele não nos encontre. Pai nosso..."

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