Saúde

17/4/2020
Tales Castelo Branco - escritório Castelo Branco Advogados Associados

"A asa negra da morte ronda a medicina pública. Se depender do novo ministro da Saúde, os médicos vão programar a morte dos velhos e pobres, carentes de socorro médico. Graças a Deus eu estou fora dessa desgraça. Mas ainda faço parte da família humana. Sou, portanto, parte legítima para falar. É o que farei, resumida e figurativamente.  Esse novo ministro da Saúde com o seu projeto de valorizar a vida do velho, quando for preciso fazer essa opção por uma questão de economia, traz à colação a face cruel e desumana dos truques de saúde a serem obedecidos. Fácil perceber. O velho rico tem um ótimo plano de saúde, que lhe permite ser internado e operado nos melhores hospitais do país e do exterior. Não precisa do agasalho estatal. Ele nem pensa nisso. E outros, muitos outros, têm participação em grandes e lucrativos negócios. Esses pensam menos ainda porque têm dinheiro vivo, que, se não compra a vida, pode salvá-la e prolongá-la. E os pobres, esses mesmos pobres que eu vi acordando de madrugada e construindo com as suas mãos Brasília e os prédios suntuosos das grandes capitais? Não podem onerar a economia estatal. A família que fique com a vela, o choro e o luto. Agora, eu me pergunto, daqui do auto da minha situação privilegiada, se esse comportamento é decente. Já nem indago se concentra justiça social, para não passar vexame.  Enfim, exposto o principal, termino com uma frase dum grande comediante do passado, pra quebrar o gelo: 'é bonito isso?'."

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