Justiça autoriza casal gay a adotar criança no Brasil

21/12/2006
José Renato M. de Almeida

"O Dr. Paulo Roberto Iotti Vecchiatti tergiversa quanto ao principal, se confunde nos periféricos e mantém a mesma tendência de alterar o significado das palavras e até das idéias que apresentei no comentário anterior, como podemos ver no seu trecho abaixo: [O termo 'homoafetivo' é um neologismo criado pela Ilustre Desembargadora Maria Berenice Dias (TJ/RS) em sua obra União Homossexual: o Preconceito & a Justiça! para desmistificar preconceitos com relação à homossexualidade, no sentido de demonstrar que os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo são baseados no mesmo afeto (amor) que os relacionamentos entre pessoas de sexos diversos – ou seja, que são baseados no mesmo amor romântico que estes. Falar-se que o termo 'homoafetivo' denotaria *mera amizade* é, ‘data venia’, um equívoco – quando se estuda o significado de uma palavra, deve-se visar a sua teleologia, não a soma da literalidade dos termos que a compõem.] Para os menos atentos pode passar despercebida a mudança de vocábulo que usei na descrição do neologismo homoafetivo (mesmo sentimento, mesmo afeto) com as palavras diversas, tais sejam *mera amizade*, inseridas como semelhantes de forma pouco recomendada. Mesmo afeto e mesmo sentimento não se restringe apenas à amizade, mas sim a todos os outros sentimentos e afetos. Assim, os sentimentos de amizade, coleguismo, admiração, paixão, amor, ciúme, etc. estão contemplados na idéia que expressei ao dizer: [Homoafetivo quer dizer literalmente mesmo afeto, mesmo sentimento. Desse modo, irmãos, parentes, amigos, colegas e até os adversários fidalgais são homoafetivos, isto é, dispensam afeições semelhantes de um para com o outro.] Já os termos *mera amizade*, inserida espertamente pelo Dr. Paulo Roberto, é reducionista. Quanto a distorção do significado dos termos casal e casamento é uma questão de lucidez requerida pela lógica racional. Casal e casamento só ocorre entre macho e fêmea. A união civil ou religiosa de gays é digna. Não é preciso utilizar termos inadequados e imprecisos para configurar - por paralelismo com as uniões heterossexuais - sua indiscutível dignidade."

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