Sivuca

27/12/2006
Robson do Boa Morte Garcez - São Paulo/SP

"SIVUCA - O alquimista sonoro

 

Deixou-nos o albino,

E às nuvens brancas foi.

Fazia trompete do chifre de boi,

Sua memória é um hino.

 

Silente, ao canto, fica a sanfona,

Falta-lhe fôlego, falt'alma.

Repousa em paz, 'stá em calma

Pois finda a lida, já nada entona.

 

O nordestino que som tirava

Da lenha seca, do ferro, a flauta,

Navega agora, tal qual um nauta,

Que volta à casa, com que sonhava.

 

A vida é breve, sabia-o o Fole:

Viver a arte é vida em vida.

Por isso, ó, homens, na dura lida,

Bebei do som. Que nos console!"

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