Justiça autoriza casal gay a adotar criança no Brasil

22/12/2006
José Renato M. de Almeida

"O Dr. Paulo Roberto Iotti Vecchiatti insiste em usar de manobras diversionistas para confundir o debate e, conseqüentemente, o entendimento da questão por parte dos leitores. Vejamos esse texto revelador: [O migalheiro disse que 'homoafetividade é uma palavra recente que significa, em sua composição, mesmo sentimento de afeto ou afeição entre pessoas do mesmo sexo ou não' (sic) - será então que o migalheiro entende que união heteroafetiva significaria algo diferente do que amor romântico entre duas pessoas de sexos diversos, como amizade ou amor fraterno? (afinal, é isso que está defendendo quanto à expressão 'união homoafetiva') Percebe-se claramente que aquele que está alterando o significado das palavras é o migalheiro, pois 'significado' não é visto apenas do sentido literal, mas especialmente pelo teleológico, histórico-crítico – nesse sentido, é notório que a definição de ‘homoafetivo’ é o amor romântico que uma pessoa sente por outra do mesmo sexo, trata-se de neologismo cunhado com essa precisa finalidade, não passando de falácia entendimento em sentido contrário.] Nele Paulo Roberto insere o termo *união heteroafetiva* para fazer paralelismo com o neologismo homoafetivo. Isso dá oportunidade ao leitor de perceber que esses neologismos não expressam uma relação afetiva ou uma união homo ou heterossexual. Heteroafetivo significa em sua raiz lingüística *afetos diversos*, o que contrasta do entendimento que ele procura defender. Numa geração adequada de palavras a substituição de homo por hetero deveria levar ao entendimento de pessoas de sexos diferentes que dedicam afeto mútuo. Mas não é isso o que ocorre. O que ocorre é o oposto do que seria razoável em uma construção gramatical correta. Sem uma definição precisa dos termos chegaremos a conclusão de que todas as pessoas que mantém vínculo afetivo ou amoroso têm os mesmos direitos definidos nos capítulos dirigidos aos cônjuges e à família. Sendo assim, um pai e um filho maior poderão exigir plano saúde, pensão, etc. e etc. Mais adiante, usando o mesmo tipo de evasiva diversionista, Paulo Roberto me cobra justificativas e comprovações de que casal é o vocábulo que identifica um homem e uma mulher ou mais genericamente um macho e uma fêmea! E ainda procura - de forma nada recomendável - dizer que eu é que estou alterando o significado das palavras... Vejamos: [Percebe-se claramente que aquele que está alterando o significado das palavras é o migalheiro, pois 'significado' não é visto apenas do sentido literal, mas especialmente pelo teleológico, histórico-crítico – nesse sentido, é notório que a definição de ‘homoafetivo’ é o amor romântico que uma pessoa sente por outra do mesmo sexo, trata-se de neologismo cunhado com essa precisa finalidade, não passando de falácia entendimento em sentido contrário. Em outras palavras: homoafetividade é o sentimento de amor romântico que uma pessoa sente por outra do mesmo sexo, o mesmo amor romântico que um casal *heterossexual* sente um pelo outro – este é o único significado da palavra, em sua teleologia.] Vemos aqui o Dr. Paulo Roberto tem a necessidade de utilizar o vocábulo homossexual, termo de significado consistente para descrever o amor romântico entre pessoas de sexos diferentes. Concluindo, um contrato de entre duas pessoas - de acordo com as normas legais - traz em si mesmo a dignidade que a comunidade outorga e aceita, sejam elas de mesmo sexo ou não."

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