Migalheiro em Belém

10/1/2007
Cleanto Farina Weidlich - migalheiro, Carazinho/RS

"Migalhas, migalheiros e migalhinhos?

 

Chupando manga e o caroço,

cruzamos a Almirante Barroso,

Teatro da Paz, ufa ... com esforço,

ambiente mui pomposo.

 

Tem ingresso pra hoje?

nem pra amanhã meu senhor,

Quando é que se visita?

só amanhã de hora em hora,

E por quanto é que fica?

(uns quatro atrás dum aquário,

batem cabeça e pensativos, uns

lendo o pensamento doutros)

só quatro reais é o valor,

Então me vende esse ingresso?

... (risos) o próximo por favor ...

 

Os homens da Amazônia,

imitam o ritmo da floresta,

que em seu curso sem insônia,

não fazem ruga na testa.

 

A floresta preguiçosa,

abraça os seus visitantes,

dita em canto, verso ou prosa,

eco das águas dançantes.

 

A altaneira seringueira,

vê o mundo lá de cima,

é mais alta que a mangueira,

e bonita que minhas prima.

 

A chuva então nem se fala,

sem aviso vai caindo,

lava a alma e me embala,

rente vem o sol saindo.

 

... bora vou me despedindo,

também sei falar bacana,

vou sair daqui fugindo,

um gaúcho não se engana.

 

De Belém/PA,"

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