Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis

12/1/2007
Wilson Silveira - CRUZEIRO/NEWMARC PROPRIEDADE INTELECTUAL

"Preocupação interessante a do governo na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Os Ministérios da Saúde e da Educação estabeleceram um concurso entre os CEFETS (Centros Federais de Educação Tecnológica) para a criação de um protótipo de uma máquina de fornecimento de preservativos, no estilo de 'máquina de refrigerantes'. É o que diz a notícia publicada hoje, no jornal Folha de S.Paulo. A forma de acesso às camisinhas gratuitas - se fichas distribuídas nas escolas, senhas ou outra maneira - ainda está por ser decidida em projeto pedagógico que acompanhará o produto. Segundo o Censo Escolar 2005, das cerca de 98 mil escolas que têm ações contra a AIDS, 9% dos estabelecimentos de ensino fundamental já distribuem entre seus alunos camisinhas grátis, o mesmo ocorrendo com 17% das que se dedicam ao ensino médio. 63% dos pais entrevistados consideram 'legal' a idéia de disponibilizar preservativos a seus filhos, nas escolas. O ensino fundamental, como todos sabem, abrange da 1ª a 8ª série, ou seja, trata de crianças entre 6 e 14 anos. Em razão disso, algumas questões aparecem:

 

- Irá o governo fornecer camisinhas para crianças de 6, 7, 8 ou 9 anos?

- Nesse caso, estando as crianças em período de crescimento, serão fornecidas camisinhas de vários tamanhos, a escolher?

- No processo pedagógico respectivo, o programa ensinará a utilidade das camisinhas, ou cada criança fará o que quiser delas?

- Uma criança que usa camisinha gratuita para, por exemplo, enchê-la de ar para brincar, deverá ser punida com sua exclusão do programa?

- Haverá licitação para escolha da marca do produto, ou as camisinhas oferecidas pelo governo conterão símbolos e/ou fotografias, por exemplo, do presidente ou de seus ministros?

- O programa distribuirá nas máquinas 'estilo de máquinas de refrigerantes' somente camisinhas, ou poderá ser ampliado para outros produtos, necessários ou úteis, como lubrificantes (KY, por exemplo) e anestésicos (xilocaína, por exemplo)?

- O Ministério da Educação fornecerá outras informações para que as crianças saibam, por exemplo, onde o casal poderá fazer uso das camisinhas grátis, como endereços de motéis e outros locais de interesse?

- O eventual uso das camisinhas no recreio, nas escolas, será punido ou incentivado?

- Justificativas por ausência às aulas em razão de estarem os alunos fazendo o uso esperado das camisinhas serão aceitas?

- O projeto abrangerá conhecimentos futuros de interesse das crianças como, por exemplo, distribuição de livros com as posições sexuais do kama-sutra, como ser feliz com sexo tântrico, sadomasoquismo, etc.?

 

Essas são perguntas que afloram de imediato. Outras questões, também, do maior interesse, podem e devem ser levantadas. E nossa obrigação, como cidadãos conscientes, nos obriga a colaborar com as autoridades educacionais do país. Com relação a isso, o Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, Ricardo Henrique, é claro quando afirma que a idéia está ligada à escolha individual dos estudantes: 'Há uma rediscussão da educação sexual. Para que os jovens tenham direito ao exercício da escolha, é preciso oferecer acesso a informações e instrumentos de prevenção. Por isso a idéia de colocar a camisinha na escola'. Colocar a camisinha na escola... Ou escolas muito pequenas, ou camisinhas muito grandes, é claro..."

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