Metrô/SP

15/1/2007
José Roberto Ferreira Militão - São Paulo

"Acidente do metrô (Migalhas 1.574 – 15/1/07 – "Falibilidade humana"): A respeito do 'acidente' ou obra má executada, sem pré-julgamento, merece que a sociedade fique bem alerta pois nasce uma qualificada e grave suspeita de açodamento do novo Governo Estadual (Serra) na liberação de obras sem o devido e cauteloso licenciamento ambiental que se encontrava em estudos no governo Cláudio Lembo e foi, rapidamente, liberada na primeira semana depois da posse, pelo novo Secretário do Meio-Ambiente, o ilustre empresário de agronegócios Dr. Xico Graziano conforme nota copiada abaixo publicada hoje (15/1) no 'blog' do Luis Nassif:

 

'enviado em por: Mauricio Galinkin

 

Nassif,

 

desculpe-me, mas não achei outro link e o comentário nada tem a ver com esse tópico. Mas se refere, também, ao duplo jogo de autoridades, empresários e a mídia em geral: acabei de receber um e-mail do prof. José Eli da Veiga, repassado por um amigo comum, onde ele informa que a licença ambiental para o trecho do Metrô que desabou foi concedida na véspera do acidente, ou seja, estavam executando uma obra dessa responsabilidade sem atender às determinações legais. Veja o e-mail dele:

 

Amigo(a)s,

 

Há uma coisa bem estranha na cobertura da imprensa sobre a "cratera" aberta na beira da Marginal Pinheiros (SP) devido ao excesso de risco assumido pelo consórcio de empreiteiras contratado pelo Metrô: total silêncio sobre o licenciamento ambiental.

 

Quando é para dar voz ao lobby dos sindicatos patronais, em sua campanha contra a ministra Marina Silva, a questão da licença ambiental surge como o principal "entrave" ao desenvolvimento do Brasil. No entanto, quando surge uma tremenda barbeiragem, como essa incrível "cratera", faz-se total silêncio sobre algo que é básico: a licença ambiental para a obra foi obtida na véspera!

 

Se algum repórter resolver checar, talvez possa confirmar a seguinte explicação:

 

O ex-Secretário do Meio Ambiente, professor José Goldemberg, foi cuidadoso com o pedido. Determinou estudos técnicos, pois havia dúvidas. Valeu o princípio da precaução. Ao contrário, esse foi o primeiro ato de seu sucessor, o "herói do agribusiness" Xico Graziano. Para dar mais agilidade à obra, assinou, sem qualquer cuidado, o licenciamento da obra. Talvez por ordem superior, mas isso nunca se saberá...

 

Por mais errada que possa estar tal explicação, mesmo assim ela chama a atenção para o fato de haver "dois pesos e duas medidas" no debate sobre a morosidade dos licenciamentos ambientais. Nem interessa quando se provoca um desastre desse tipo. Só é importante quando o objetivo é malhar ambientalistas, índios, quilombolas, e Da. Marina Silva. Ou não?

 

Forte abraço,

 

Prof. José Eli da Veiga'."

Envie sua Migalha