Habitação

17/1/2007
Eduardo Piza Pereira Gomes - engenheiro civil pela Universidade Mackenzie, mestre em engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

"Política habitacional como fator de desenvolvimento. A leitura da habitação como o espaço da vida familiar identifica a política habitacional como um dos fundamentos do projeto de sociedade. Nessa perspectiva, a criatividade do desenhar a cidade torna-se instrumento da educação informal, com a previsão de lugares privilegiados para comunicação no circular de indivíduos provenientes de origens muito diferentes. Locais onde permeiam os costumes e os valores dos moradores próximos, permitindo que, ao longo do tempo, com a progressiva diminuição da barreira cultural, alguns compreendam melhor o papel das elites e outros constatem melhores oportunidades de trabalho e de mobilidade social. Ora, a Educação entendida como a capacidade de se perceber e de se interpretar o que acontece no espaço em que se vive, enquanto um agente catalisador do desenvolvimento é processo que tem, em uma das suas vertentes, a variação do PIB como indicador. E, no contexto em tela, justifica a interpretação da política habitacional como fator de desenvolvimento, além da sua inclusão entre as estratégias para a consecução de uma dada meta de crescimento econômico. O exposto apreende o morar numa visão absolutamente diferenciada daquela que olhares menos críticos têm dos números frios publicados pela Fundação João Pinheiro, pela Fundação SEADE e pela Fundação Getúlio Vargas. Valores que só aparentemente sinalizam quantidades associadas à função abrigo, reclamam financiamentos e aceitam como natural o inchamento das cidades em periferias, reduzindo a conformação da política habitacional a condicionantes financeiros, e ou assistencialistas."

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