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22/6/2021
Cleanto Farina Weidlich

"Deu no Migalhas n°792: "Desarmonia - Cláudio Baldino Maciel, da AMB, ontem em Salvador no 18º Congresso dos Magistrados: O Poder Judiciário brasileiro jamais será o quintal do Palácio do Planalto." Depois das 'objurgatórias' do Dr. Correia e do 'quintal' do meu amigo Baldino, só me resta exclamar: 'Hélas! Tenho de mim para mim ser inconcusso que toda disceptação parida de eventuais objurgações assacadas pelo supremo mandatário da nação, ou algum acólito, contra nossa Suprema Corte não deveria dar ensanchas a que seu corifeu, ou quejandos, descesse da curul augusta para entreverar-se, por fas ou por nefas, em despiciendos pleitos e questiúnculas anódinas com quem faz ouvidos moucos aos sadios ditames do comum siso, sem supedanear-se na circunspeção que instava fosse por ele observada.' Adauto Suannes. 'Toda esta admiração em torno das atitudes do Ministro Jobim me causa igual espécie. Pergunto eu aos meus botões: qual a razão da perplexidade pelo que saiu da boca do Ministro? Acaso disse ele algo que ainda não sabíamos? Quem não sabe que há inserções em textos legais após a aprovação de sua redação final? Quantas vezes isso também foi feito no orçamento da União? Ou se esqueceram já tão cedo de José Carlos Alves dos Santos e dos Anões do Orçamento? Ou quem não sabe que os julgamentos, em todas as esferas do Poder Judiciário, são feitos por atacado? Quem nunca teve uma liminar negada por um juiz que nem se deu ao trabalho de ler a petição inicial? Quem não sabe dos julgamentos em massa de processos com causas de pedir e pedidos assemelhados, situação corriqueira em qualquer instância do Judiciário? Quem não concluiu ainda que o Poder Judiciário trabalha em 'linha de produção' e que as decisões, sentenças e acórdãos estão todos já prontos, bastando, para aplicá-los, alterar a data e o nome das partes? Aliás, quem nunca recebeu uma decisão judicial onde a substituição de dados foi malfeita e seu cliente foi tratado no gênero feminino, quando deveria sê-lo no masculino? Diga-me quem não sabia, desde os bancos acadêmicos, que os juízes lêem uma ou outra peça a que atribuem maior relevância, sendo que assessores de gabinete são os autores da maiorias das decisões judiciais? Ora, ora, ora, que surto de hipocrisia é essa que nos acometeu a todos, onde a criança disse que o rei estava nu e todos se admiraram, como se já não tivessem visto isso há muito tempo? Francamente...' Anderson Crystiano de Araújo Rocha, advogado em São Paulo."

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