Violência

16/2/2007
Luiz Fernando Garcia de Oliveira

"Violência! Violência sem fim... E sem remédio urgente e eficaz. Discussões e teorias inúteis não faltam. A escassez é de efetiva atitude política, de ação imediata e enérgica do Estado, em prol do cidadão de bem, livrando-o do horror sem limites por ele experimentado cotidianamente. É constante a cantilena dos políticos e especialistas, anunciando a enxurrada de salvaguardas, todas imaginárias, mirabolantes, cheias de retórica, 'palavrescas', néscias até, sempre entremeadas pela ênfase de que a raiz do mal de tanto banditismo pelo Brasil afora está na ausência de medidas sociais, na falta de educação de base! Ora, enquanto a multifalada educação não chega, não educa em nada nem a ninguém, e depressa, o mal cresce, o crime domina. Veja-se que, como todos os governos anteriores deste País, agora, hoje mesmo, o governo Lula está cortando ('contingenciando') verbas destinadas à educação, à saúde, enfim, ao social ), e se eternizam os seqüestros, assaltos e morticínios perpetrados pela bandidagem 'blindada' por direitos humanos prioritários e festejados pela discurseira irrealista, indecente e cínica de tantos histriões, enquanto os humanos direitos jazem vitimados a toda a hora. Neste nosso idolatrado Brasil, imita-se tudo de todos do vasto mundo, especialmente de norte-americanos, com uso e abuso de termos e expressões da língua inglesa. Imita-se, com freqüência, o vício deles, estadunidenses e britânicos. Por que não as virtudes, as qualidades, os remédios jurídicos que eles, com engenho e arte, adotam para reprimir e punir a criminalidade que, dentre nós, está impune, desenfreada e dominante? Certamente farão trejeitos de sobranceira dignidade, senão de ridicularizante deboche, aqueles que, por enquanto, não foram vítimas do 'Comando Vermelho', do 'PCC' e de toda a canalha demoníaca, miúda ou graúda, onipresente nas ruas e cidades, ou, até agora, não tiveram, na própria casa, alguém da família 'sorteado' pelas garras da marginalidade campeã. Por certo, eles - que fazem versos românticos com a tragédia dos outros - insistirão em dizer o que há muitos anos tem sido dito e repetido por todos esses arautos da prudência expectante e contemporizadora: - 'É preciso ter calma para nada decidir sob o clamor das ruas e ao impulso das emoções ardentes e contagiantes'. Enfim, enquanto o sangue das incontáveis vítimas corre pelas sarjetas, eles, os 'poetas delirantes' teimam em repetir o coro de vozes monocórdicas, sempre em meio tom, na modalidade vocal da fria indiferença e da ensaiada cantilena do fingido comedimento : - 'O problema está no social, na falta de emprego, de escola, de políticas públicas eficazes...Por isso, muita calma, calma, calma'. Enquanto falam as vozes proeminentes dos supostos doutos da cautela, ainda ilesos e intocados pela maldição do crime 'exitoso', a cada minuto de todo dia as desgraçadas vítimas da bandidagem impune chora, e geme, e grita, e morre!"

Envie sua Migalha