Governo Lula

24/8/2007
Olavo Príncipe Credidio – advogado, OAB 56.299/SP

"Sr. Diretor. Fico, muitas vezes, analisando o termo hipocrisia, e penso o quanto ele se aplica à mídia e aos políticos brasileiros. Estão agora sendo ouvidos os advogados dos chamados mensaleiros  e me pergunto: há ou não hipocrisia nesse evento? Lembro-me que o Presidente Lula, simplesmente, distribuiu R$ 75 para inúmeras famílias, principalmente do Nordeste. Errou? Absolutamente não! Teria acertado até se distribuísse muito mais, porque R$ 75 nem representa uma cesta básica; e há famílias com inúmeros filhos, que mesmo com aquela importância ainda passam fome. Olhemos por outro aspecto. O aspecto político. Obviamente que aquelas famílias votaram em Lula para a reeleição e não sei não, se ele resolver permanecer, se não conseguirá. Quem poderá enfrentá-lo? O PSDB, os Democratas (com outros nomes: PSD, Arena etc. etc.)? Eles deram atenção e cargos aos apaniguados: só! O que manda é o voto, esqueceram-se do povão. Agora! Vejo Garotinho, a Mulher dele e outros serem impedidos de reelegerem-se e serem até cassados, porque usaram a prática de dar vantagens a eleitores. Lula não deu? Usou o mesmo princípio dos antecessores, quanto à política e deu aos Partidos que o apóiam cargos. Dizem que deu dinheiro (mensalão) que até agora não foi provado; mas deu cargos. Fernando Henrique também deu cargos, não só cargos mas vantagens altamente discutíveis, tal como a alienação da Vale  do Rio Doce, inexplicável e outras. Collor deu, Itamar deu. Os militares também deram, quando da ditadura. Eu assisti o tal chamado 'Pacotão' do Paulo Egydio Martins, aqui em São Paulo, colocado pelos militares. Nele inúmeros cargos foram criados, sem concurso nenhum. Na Assembléia Legislativa criaram e nomearam cargos de assessores, como procuradores, que nem o curso de Direito tinham. Depois, por política, ainda, os salários foram aumentados por honorárias e gratificação em R$ 12.000. Bastava fazer o curso de Direito. Laudo Natel, nomeado pela Ditadura, deu cargos de supervisor, sem concurso, para mais de 600 educadores, tumultuando a Educação.   Isto não foi corrupção? Só não deram cestas básicas aos mais necessitados; esquecendo-se de que estes votam e são maioria. Não deram por falta de conhecimento político, não ambição, pois isto têm demais, sei lá o porquê não deram!... Analisando introspectivamente, nos detalhes, os atos de Lula não seriam corrupção? Não foi compra de votos, de uma forma ou outra? Bem! Para mim esse processo do mensalão é uma farsa, diante de tantos outros eventos permitidos, até por Leis; ou ilícitos ignorados, quando não interessa aos outros, que também têm telhados de vidro, como dizem. Atenciosamente."

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