Migalheiros 18/12/2007 Zé Preá "Essa é pra quem gosta de recorrer às profundezas das recônditas reentrâncias daquilo que se chama ser humano pra obter certas explicações. É do jornalista Luiz Nassif: Minha irmã quando se chega À beira da minha cama E me encontra adormecido Me fita absorta e branda Chora gotas de saudades Minha presença reclama Tece um lençol de carinho Estica, alisa e espana Do jeito que minha mãe Aprendeu com minha nona Mas de repente do tempo Vem um rancor que emana Qualquer caso incompreendido Que a memória proclama E ela explode no sonho Como a fogueira que inflama Me ataca com sua fúria E me agride com gana Me liquida impiedosa Como quem pega e esgana Me destrincha nervo a nervo Como uma hárpia insana Me devota ódio intenso Não de inimigo, de mana E ao me ver agonizante Se vergasta, chora e clama E vai buscar no passado Lembrança que nos irmana E tudo isso acontece Com minha irmã que me ama." Envie sua Migalha