Migalheiros

30/1/2008
Luiz Domingos de Luna

"A Dor da Memória

 

Em uma história,

Que foi tão florida,

De vida vivida,

Saudosa memória,

Foste à mãe que alimentou

O retrato que estou,

A tristeza que aflora,

Pudesse aurora,

Contemplar novamente

Regar a semente

Da sombra frondosa

Untados nós somos

No mesmo ideal,

Qual foi o pecado

Que nós cometemos,

Um paraíso tão lindo,

Tinha Adão tinha Eva

Tinha serpente, estrela azulada,

Tinha perfume, tinha luz,

Tinha água, tinha alma,

Porque me seduz,

Estamos nu no infinito,

O nosso grito,

Já foi quebrado,

De um tempo passado

Que vive com glória,

Martela e sufoca

A minha memória

Qual foi o meu erro

De um martírio doentio,

Acendi o pavio,

Do espertalhão

Sem tela, sem cor,

Sem brilho, sem luz,

Sem agora.

Mataste a aurora

Do meu Coração."

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