Artigo - Excesso de bacharéis

18/2/2008
Pedro José Fernandes Alves - consultor jurídico, escritório Alves e Alves Advogados Associados

"(Migalhas 1.838 - 15/2/08 - "Fecundos bacharéis" - Raquel Cavalcanti Ramos Machado - clique aqui). Quod abundant non noscet. A verdade é que o excesso de bacharéis não é um problema, desde que o Curso de Direito é veículo de formação para várias e diversas atividades profissionais. A falta de qualidade das Faculdades, portanto, é uma decorrência não só da má administração das mesmas, mas da exacerbação da importância de mestres e doutores na sua estrutura, a maioria sem qualquer pendor para a docência! Acho que o grave é o excesso de mestres e doutores, sem capacidade para a docência, mas normativamente emprestando seriedade aos Cursos de Direito que, cada vez mais, estão formando bacharéis despreparados para o exercício de uma profissão, seja ela qual for. Isso é triste e lamentável. O 'mercado' está repleto de profissionais inteligentes e sem 'nobres' títulos que bem poderia estar prestando à formação dos bacharéis seu conhecimento e, certamente, fazendo-os bem mais qualificados do que têm sido. Não se esqueçam que, no Brasil que vivemos, conhecer a norma jurídica passou a valer muito menos que conhecer a opinião de dois ou três diferentes 'qualificados' dos cursos de doutorado. E, em matéria jurídica, isso é pura distorção e erro."

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