Fidel

22/2/2008
Alexandre de Macedo Marques

"Citar bons autores enriquece o texto e as idéias. Mas alguns migalheiros, afogueados por ardores ideológicos febris, exageram na escolha das fontes. Quando aparece um novo migalheiro sempre dou uma conferida no 'quê' e 'como' escrevem para ajuizar-se vou continuar a lê-los, à parte se concordo ou não com as idéias expostas... E aí deparo-me com um citador compulsivo. Começou com um dos 'metralhas' Sader, requentando passadas abobrinhas do distinto geógrafo - ou sociólogo? - fanático marxista (não sei se da linha albanesa, maoísta, petista, peemedebista ou que tais). Depois cita um tal Ramonet do manjadíssimo e engajadíssimo Monde Diplomatique.O monsieur, com seus ademanes gauleses, demonstra uma suspeitíssima paixão pelo 'coma andante'. Cem horas ouvindo o Fidel e manter-se em transe, nem Santa Tereza.Mas é muito chic citar fonte francesa; mas no caso é furada pelo esquerdismo fantasiado de racionalismo cartesiano do veículo. E aí, espanto! Aparecem citadas fontes estranhíssimas como sustentação do credo do autor.Aldo Rabelo, o programa Esporte Espetacular, o grande homem de idéias Carlos Nascimento, sacado das penumbras jornalísticas do baú do Abravanel. Sem esquecer dois ou três vultos históricos transformados em figuras de realce pelo magnífico talento dos historiadores cucarachas para telenovelas. Ainda não citou o Lula, o bispo Macedo, o Genoíno, o Mercadante, o livrinho do Mao, nem a revista Granma; nem os Luizinhos da vida da CUT e Força Sindical. Pena que não vou ficar sabendo. C'est dommage!"

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